A Boeing (BA) nomeou na terça-feira um almirante aposentado da Marinha dos Estados Unidos para assessorar seu presidente-executivo na melhoria do controle de qualidade da companhia depois que os aviões 737 MAX 9 tiveram voos suspensos após parte da fuselagem de um jato da empresa operado pela Alaska Airlines se soltou em pleno voo.
Kirkland H. Donald atuará como conselheiro especial do presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, informou a Boeing. As ações da companhia desabaram cerca de 8% após o anúncio na véspera. Inúmeros voos foram cancelados desde o incidente e 171 jatos permanecem no solo aguardando inspeções.
Os processos de produção da Boeing estão sob fiscalização desde o incidente com o jato da Alaska Airlines neste mês. O episódio deixou um buraco na lateral do avião. O incidente reacendeu preocupações com os aviões da Boeing, alguns anos depois de duas quedas de aeronaves da fabricante que mataram quase 350 pessoas. Os investidores também estão preocupados com atrasos em entrega de aeronaves da empresa.
A agência de aviação norte-americana (FAA) suspendeu 171 aviões MAX 9 em 6 de janeiro, aguardando a aprovação de inspeções e requisitos de manutenção.
Kirkland Donald liderará uma equipe de especialistas externos na avaliação das práticas de qualidade da Boeing Commercial Airplanes e sua cadeia de suprimentos e fornecerá recomendações a Calhoun e ao conselho de administração da Boeing.
Nomear um consultor externo para a análise de qualidade é “extremamente importante” para que as conclusões tenham credibilidade junto ao público, disse Adam Pilarski, vice-presidente sênior da consultoria AVITAS, que já foi economista-chefe da Douglas Aircraft.
“A Boeing perdeu muita credibilidade com o MAX e a FAA perdeu muita credibilidade com o MAX”, disse ele.
Mas Richard Aboulafia, da AeroDynamic Advisories, criticou o fato de a Boeing ter escolhido um consultor sem experiência em aviação.