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Bovespa: por dentro do Novo Mercado!

por Conrado Navarro
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Bovespa - AçõesLaura comenta: “Navarro, estou etudando um pouco mais sobre ações e Bovespa, especialmente depois deste ‘mini-crash’ das semanas anteriores e estou com algumas dúvidas. Você me ajuda? Vejo em alguns anúncios de ofertas de ações que as empresas publicam logotipos da Bovespa e do chamado Novo Mercado. O que é isso? Vejo também algumas empresas com o ‘selo’ Nível 1 e Nível 2. Poderia por gentileza explicar o que isso significa? Obrigada”.

Laura, que bom que está estudando mais sobre o mercado de capitais. Isso com certeza fará muita diferença no seu cotidiano financeiro. O interesse é a porta de entrada para o sucesso quando o assunto é dinheiro. Essa dúvida é bastante comum e outros leitores também já me questionaram de forma semelhante. Tentarei ser breve e bastante prático para evitar que o “economês” deixe a leitura entediante e lenta (nesse post isso é um pouco difícil, confesso). Em resumo, estes termos são indicadores de maturidade organizacional das empresas, facilitando sua classificação diante dos requisitos da Bovespa e de seus investidores.

Novo Mercado
As empresas que compõem a lista do Novo Mercado se comprometem, voluntariamente, a praticar uma boa governança corporativa, mantendo transparentes suas informações financeiras e estratégicas. Na prática, isso significa que essas empresas oferecem maior comprometimento e respeito ao acionista em comparação ao que é exigido por lei. São várias as regras para que uma empresa seja listada no Novo Mercado. Destaco as seguintes:

  • Seu capital social deve ser, obrigatoriamente, composto por ações ordinárias (ON), que dão direito a voto nas assembléias;
  • Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais IFRS ou US GAAP;
  • Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano;
  • Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% (vinte e cinco por cento) do capital social da companhia;
  • Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos societários;

O Novo Mercado é o topo na cadeia de classificações e confere destaque às empresas diante da escolha por parte de fundos internacionais.
O Nível 1 na Bovespa
Este é considerado o primeiro nível de respeito às exigências de boa governança corporativa exigidas pela Bovespa. A adesão é voluntária e determina que a empresa deve comprometer-se a manter em circulação ao menos 25% de seu capital total, divulgar trimestralmente suas informações contábeis e adotar um calendário anual de eventos corporativos (datas definidas para reuniões com acionistas, assembléias etc). Confira aqui outros requisitos que fazem parte da lista.

Nível 2 da Bovespa
As empresas que desejam figurar nesta lista precisam, obrigatoriamente, cumprir com todos os requisitos do Nível 1 e ainda adotar características de controle administrativo mais rígidas. O Nível 2 é um preparatório para o Novo Mercado, sendo este o passo final normalmente desejado. O Nível 2 é um importante degrau de transparência e deve também ser levado em conta pelo investidor. Confira aqui outros requisitos que fazem parte da lista.

Quais as diferenças práticas entre Novo Mercado, Nível 1 e Nível 2?
Essa pergunta resume tudo o que escrevi até aqui e para facilitar, vejam o quadro comparativo criado pela própria Bovespa e poderão entender melhor cada um dos requisitos. Minha intenção é permitir que os termos sejam desmistificados. A missão da Bovespa é convencê-los de que eles funcionam, por isso prefiro que vejam o quadro lá mesmo.

Qual a razão para tantas exigências?
As exigências são ótimas para o investidor porque assim eles podem escolher as empresas melhor classificadas dentro de seu setor, evitando as eventuais possibilidades de fraudes contábeis e problemas administrativos. A Bovespa esclarece bem o papel da regulamentação apresentada:

Empresas listadas nesses segmentos oferecem aos seus acionistas investidores melhorias nas práticas de governança corporativa que ampliam os direitos societários dos acionistas minoritários e aumentam a transparência das companhias, com divulgação de maior volume de informações e de melhor qualidade, facilitando o acompanhamento de sua performance.

Com isso entendemos um pouco melhor a estrutura funcional da Bovespa diante das muitas empresas que compõem seu cadastro. O assunto é bastante técnico e complexo, mas a mensagem do artigo é clara e útil: quanto melhor a classificação nos indicadores exigidos, maior é a chance de bons resultados no médio e longo prazo. Antes que algum investidor atire um tomate em minha direção, não leve a afirmação anterior como verdade absoluta. Use as categorias de maturidade como mais um fator de decisão.

Aproveitem e adicionem o widget do iGoogle que mostra as maiores altas e baixas da Bovespa, gentilmente criado pelo Marcelo. Obrigado colega.

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