A BP fechou acordo para comprar a participação de 50% da trading de grãos Bunge na joint venture brasileira de açúcar e etanol BP Bunge Bioenergia por 1,4 bilhão de dólares, em uma aposta na crescente demanda por biocombustíveis de baixo carbono.
Após a conclusão do negócio, prevista para o final de 2024, a BP assumirá o controle total da Bioenergia, que tem capacidade de produção de cerca de 50 mil barris por dia de etanol equivalente a partir da cana-de-açúcar.
A BP consolidará a dívida e as obrigações de arrendamento da Bioenergia de 1,2 bilhão de dólares, disse a empresa, o que significa que pagará um total de 800 milhões de dólares à Bunge, segundo cálculos da Reuters.
A aquisição ocorre em meio à crescente preocupação dos investidores com a estratégia da BP, depois que a S&P Global, no início deste mês, revisou para baixo a perspectiva de crédito da BP, citando uma redução da dívida mais lenta do que o esperado.
A BP disse que a aquisição deverá atingir o retorno para bioenergia de mais de 15% e estará dentro de sua estrutura de gastos anuais de cerca de 16 bilhões de dólares.
A BP também limitará os planos para o desenvolvimento de novos projetos de biocombustíveis.
A empresa está interrompendo dois projetos de biocombustíveis em sua refinaria de Lingen, na Alemanha, e em sua refinaria de Cherry Point, no Estado norte-americano de Washington. A companhia também está avaliando outros três projetos.
“Tomadas em conjunto, estas mudanças podem nos permitir proporcionar o crescimento e os retornos que esperamos dos biocombustíveis, mas de uma forma mais simples e mais focada. Isto está totalmente em linha com as prioridades da BP de direcionar o foco para o negócio e aumentar os retornos para os acionistas”, afirmou Emma Delaney, chefe de clientes e produtos da BP.