O Bradesco (BBDC4) avalia que atingiu o ápice do índice de inadimplência no terceiro trimestre e agora está buscando uma normalização do crédito e da margem com clientes, afirmou o presidente-executivo do banco, Octavio de Lazari Junior, nesta sexta-feira.
O banco divulgou na noite da véspera lucro líquido recorrente de 4,62 bilhões de reais no terceiro trimestre, queda de 11,5% frente ao mesmo período do ano anterior, com uma carteira de crédito estável e menor margem financeira, mas crescimento na receita de serviços e no resultado do negócio de seguros.
“Resolvemos o assunto de margem com o mercado, será positivo no quarto trimestre e em 2024. Entendemos que atingimos pico no assunto inadimplência e, agora, o que temos que trabalhar é na melhoria na macem com clientes”, disse o executivo em entrevista a jornalistas.
Na bolsa, as ações preferenciais do banco recuavam cerca de 2,5% nesta manhã, entre os piores desempenhos do Ibovespa, que subia 0,8%.
O Bradesco apurou índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias de 5,6%, excluindo o impacto da recuperação judicial da Americanas, ante 5,7% no segundo trimestre e 3,9% no mesmo período de 2022.
“O pior ficou para trás…nas operações de 15 a 90 dias já tivemos redução dos índices”, disse o executivo, citando queda de 20 pontos básicos na inadimplência da carteira pessoa física no terceiro trimestre, embora tenha ocorrido pequena elevação em micro e pequenas empresas. “O mês de outubro já mostrou melhora”, acrescentou, sem dar detalhes.
Questionado sobre quando prevê um acordo para aprovação do plano de recuperação judicial da Americanas, o presidente do Bradesco afirmou que espera a assinatura de um acordo “ainda este ano” e que as discussões com a empresa nos últimos 40 a 50 dias “caminhou muito bem”.
Na véspera, o vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do Banco do Brasil, Felipe Prince, afirmou que é possível que a aprovação do plano fique para o próximo ano diante da proximidade do recesso do judiciário. A Americanas agendou a divulgação de balanços financeiros para a próxima segunda-feira.
Lazari afirmou ainda que espera uma redução no custo do crédito no quarto trimestre, “com perspectiva de melhora a cada trimestre”.
Na área de mercado de capitais, o executivo citou que há muitas operações de ofertas iniciais (IPOs) e subsequentes (follow ons) esperando “na gaveta” uma oportunidade de serem lançadas. Ele avalia que o fluxo poderá ser destravado a partir do primeiro trimestre do próximo ano.