O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), que representa empresas petroleiras no Brasil, avalia que o impacto da greve dos funcionários do Ibama na produção de petróleo do Brasil é atualmente de 80 mil barris ao dia e tende a crescer, à medida que o movimento parece ganhar força.
“A greve está impactando muito o setor, é uma greve que já dura 160 dias, e começamos com uma redução na produção de petróleo de 5 a 10 mil barris por dia, e chegamos na sexta-feira a 80 mil barris/dia”, afirmou nesta segunda-feira o presidente do IBP, Roberto Ardenghy, a jornalistas durante evento do LIDE Rio de Janeiro.
Segundo ele, com uma produção de 80 mil barris/dia a menos, o governo deixa de arrecadar 200 milhões de reais por mês.
“Você deixa de produzir porque são projetos que iam entrar e não entraram; algumas licenças de operação que iam sair e não saíram, e isso tem um efeito acumulado ao longo do tempo e causando mais problema.”
Greve do Ibama
Funcionários do Ibama votaram por uma greve em pelo menos 14 Estados, informou na semana passada o sindicato do órgão ambiental federal, ameaçando atrasar ainda mais as licenças para projetos de petróleo e gás.
Os trabalhadores aprovaram uma greve a partir do dia 24, mas já estão mobilizados desde o início de 2024, reduzindo ritmo dos processos de licenciamento ambiental e de outros serviços de interesse do governo.
Em maio, a Petrobras (PETR3; PETR4) havia estimado um possível impacto de 2% em sua produção devido à greve do Ibama, que tem afetado o licenciamento de poços de petróleo em ativos como o campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos.