Os funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Tesouro Nacional, responsáveis pelo Tesouro Direto, plataforma de negociação de títulos públicos por pessoas físicas, estão em greve nesta terça-feira (15).
Fundamentais para o bom andamento do mercado, ambas instituições têm enfrentado instabilidades durante 2024.
O Tesouro Direto já tinha outras duas vezes ao longo do ano. Segundo a Unacon (Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle), a partir de hoje, os auditores e técnicos federais de finanças e controle paralisarão as atividades todas as terças e quintas-feiras, tanto na CGU quanto no Tesouro Nacional.
O Tesouro informou que os agendamentos de compra previstos para o dia serão cancelados. No entanto, as operações de resgate antecipado e agendamentos serão realizadas normalmente no dia 15.
IBGE
Já o IBGE enfrenta a sua primeira paralisação desde o início dos enfrentamentos públicos entre os servidores e o presidente do instituto, Márcio Pochmann.
O protesto é um alerta contra medidas tomadas por sua gestão, como a criação da Fundação IBGE+, alteração no estatuto do instituto, mudança de locais de trabalho de servidores e extinção do trabalho totalmente remoto.
A entidade representante dos trabalhadores solicitou reunião com Pochmann em ofício, mas o encontro ainda não foi agendado pela direção, informou o Estadão/Broadcast.
O IBGE ressaltou que a Lei de Greve (Nº 7.783, de 28 de junho de 1989) prevê que a representação sindical deve comunicar oficialmente o empregador, conforme o Artigo 13.
“Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação”, destacou o IBGE em nota. “Cabe ao IBGE zelar pela lei e o papel democrático das relações de trabalho, para a conclusão, a contento, do plano de trabalho referente ao exercício de 2024”, afirmou. O instituto afirmou que não foi informado sobre a paralisação.
Núcleos estaduais do sindicato nacional dos servidores do instituto, o Assibge-SN, promovem reuniões ao longo de toda esta semana para decidir os rumos do movimento.
Servidores contra o mercado financeiro
Em paralelo, outros sindicatos, incluindo de servidores do Banco Central, realizaram nesta manhã um seminário “Não à PEC 65/2023. Sim ao BC que o Brasil precisa” nesta manhã, em Brasília. A PEC trata da autonomia do BC.
Ali, sindicalistas discutiram “o papel fundamental do Banco Central na proteção do poder de compra da população através da gestão das políticas monetárias”.
“A PEC 65/2023 representa um risco: distanciar o BC da supervisão do estado pode prejudicar todos os brasileiros. É hora de nos unirmos e defendermos um Banco Central forte e comprometido com o bem-estar do nosso país!”
(Com Estadão Conteúdo)