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BRF: Fluxo de caixa “surpreendentemente forte” não era esperado

Com a melhora das tendências de fluxo de caixa livre e um 2° semestre historicamente melhor, os analistas reiteram a recomendação de compra

por Gustavo Kahil
3 min leitura
BRF

A BRF (BRFS3) apresentou mais um trimestre robusto, com resultados sólidos impulsionados principalmente pelo desempenho de seu segmento internacional. A análise da XP Investimentos, conduzida pelos analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, destacou o forte crescimento nas operações internacionais da empresa, que mais uma vez se mostrou o principal motor de rentabilidade.

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O segmento internacional da BRF alcançou uma margem EBITDA ajustada de 21,0%, superando as expectativas da XP, que eram de 18,5%.

“O segmento internacional foi o destaque novamente, impulsionado pelo maior poder de arbitragem devido às novas habilitações e à perspectiva favorável de oferta e demanda,” apontaram os analistas. A expansão da margem foi favorecida por uma série de fatores, incluindo as novas 32 plantas qualificadas durante o trimestre e um ambiente de câmbio mais favorável.

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A receita líquida da BRF cresceu 9% no trimestre, e a margem EBITDA ajustada internacional avançou 250 pontos-base em relação às estimativas da XP e 410 pontos-base em comparação com o trimestre anterior. Esse desempenho foi atribuído, em parte, ao crescimento dos volumes e à maior participação de mercado em produtos processados no mercado Halal, um segmento estratégico para a companhia.

No mercado doméstico, os resultados da BRF também foram positivos, embora mais modestos. A receita líquida no Brasil aumentou 12% sequencialmente, impulsionada por volumes maiores, enquanto os preços caíram 1% em relação ao trimestre anterior. A margem EBITDA ajustada no Brasil foi de 15,7%, apenas ligeiramente abaixo da expectativa da XP, que era de 16%.

“Com os preços mais baixos dos grãos fluindo para os lucros, a margem EBITDA ajustada melhorou 60 bps T/T para 15,7%,” observaram os analistas.

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Os ganhos de eficiência operacional, resultantes do programa BRF+ 2.0, também foram destacados pela XP Investimentos. A empresa capturou R$ 374 milhões em ganhos de eficiência no trimestre, com uma projeção de ainda capturar cerca de R$ 1 bilhão ao longo do segundo semestre de 2024.

Fluxo de caixa

O EBITDA ajustado da BRF foi de R$ 2,5 bilhões, superando as expectativas da XP em 4% e o consenso de mercado em 5%. A empresa também apresentou um fluxo de caixa livre (FCFE) surpreendentemente forte, alcançando R$ 1,7 bilhão, quase o dobro da projeção da XP, que era de R$ 900 milhões. Esse desempenho foi impulsionado por melhores resultados operacionais e despesas financeiras menores do que o esperado.

“O FCFE foi sólido e, em nossa visão, não antecipado pelo mercado”, apontam os analistas.

A alavancagem da BRF caiu para o menor nível em nove anos, com a relação Dívida Líquida/EBITDA atingindo 1,1x. “Com a melhora das tendências de fluxo de caixa livre e um segundo semestre historicamente melhor, reiteramos nossa recomendação de compra,” afirmaram Alencar, Fonseca e Isaak, enfatizando o forte momentum das ações da BRF.

Futuro da BRF

Apesar dos resultados sólidos no Brasil, a XP Investimentos levantou uma preocupação em relação às margens futuras. A maior parte do crescimento de volume veio de produtos processados, que geralmente possuem margens mais baixas em comparação com os produtos in natura.

“Isso traz uma visão mista para nós em relação à diferença entre as margens in-natura e processadas, implicando que a margem estrutural da companhia no Brasil poderia estar abaixo da faixa de 14-15% quando o ciclo se acomodar,” analisaram os especialistas.

Os analistas também destacaram que a perspectiva para os mercados internacionais continua favorável, com margens possivelmente permanecendo fortes por um período prolongado. “Nossa discussão com a gerência na noite de hoje sugere que a perspectiva de oferta e demanda nos mercados internacionais continua favorável e as margens podem permanecer mais fortes por mais tempo,” afirmaram.

Com esses resultados, a XP Investimentos mantém uma visão otimista sobre a BRF, especialmente considerando a sólida performance financeira e operacional no segundo trimestre de 2024. O foco da empresa em eficiência operacional e expansão internacional, aliado a uma gestão eficaz do capital, coloca a BRF em uma posição favorável para continuar gerando valor aos seus acionistas.

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