A BRF (BRFS3) registrou um lucro líquido de R$ 1,094 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 1,337 bilhão do mesmo período em 2023. Esse desempenho reflete uma melhoria significativa na margem líquida, que passou de -11,0% no segundo trimestre de 2023 para 7,3% no segundo trimestre de 2024. A empresa atribui esse resultado à recuperação dos preços em diversos mercados e à otimização das operações.
O EBITDA ajustado, que mede o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, também apresentou um crescimento robusto, alcançando R$ 2,621 bilhões no segundo trimestre de 2024, um aumento de 160,4% em relação aos R$ 1,006 bilhão registrados no segundo trimestre do ano anterior. A margem EBITDA ajustada saltou de 8,2% para 17,6% no período, refletindo a maior eficiência operacional e a redução de custos.
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Outro ponto de destaque foi a receita líquida, que cresceu 22,3% em comparação ao segundo trimestre de 2023, atingindo R$ 14,930 bilhões. Esse aumento foi impulsionado pelo crescimento de 5,4% no volume de vendas e pela elevação de 16% no preço médio dos produtos comercializados. A receita também foi beneficiada pela desvalorização do real frente ao dólar, que potencializou os preços em reais nas operações internacionais.
A margem bruta da BRF praticamente dobrou, subindo de 12,2% no segundo trimestre de 2023 para 26,3% no mesmo período de 2024. Esse avanço reflete a combinação de aumento de preços, maior eficiência nas operações e a redução do custo dos produtos vendidos, que teve um crescimento contido de 2,6% no período, abaixo do ritmo de crescimento da receita.
No âmbito operacional, o lucro bruto da companhia saltou 164,5% em relação ao segundo trimestre de 2023, alcançando R$ 3,930 bilhões. Esse resultado foi impulsionado pela melhoria na performance operacional tanto no mercado doméstico quanto no internacional, com destaque para a recuperação dos preços em mercados chave e a conquista de novas habilitações para exportação.
Geração de caixa
A BRF também registrou um aumento expressivo na geração de caixa livre, que atingiu R$ 1,728 bilhão no segundo trimestre de 2024, revertendo o consumo de caixa de R$ 694 milhões observado no mesmo período do ano anterior. Essa melhoria reflete tanto a forte performance operacional quanto a gestão eficiente do capital de giro e a redução dos encargos financeiros.
Apesar dos resultados sólidos, as despesas operacionais aumentaram 16,4% na comparação anual, totalizando R$ 2,210 bilhões. Esse crescimento foi atribuído à maior concentração de gastos com campanhas de marketing, comissões de vendas e provisões para participação nos resultados. No entanto, essas despesas representaram uma fatia menor da receita, passando de 15,6% no segundo trimestre de 2023 para 14,8% no mesmo período de 2024.
O resultado financeiro líquido também apresentou uma melhora significativa, com as despesas líquidas caindo 64,5% em relação ao segundo trimestre de 2023, totalizando R$ 390 milhões. Essa redução foi atribuída à menor dívida bruta e à queda das taxas de juros.
Recompra de ações
A BRF também anunciou que irá recomprar 17 milhões de ações, o equivalente a R$ 400 milhões, informou a empresa em um comunicado enviado ao mercado junto à apresentação do balanço do segundo trimestre de 2024.
Segundo a empresa, o objetivo é maximizar a geração de valor para o acionista, promovendo a alocação eficiente dos recursos disponíveis e da estrutura de capital.
“A companhia, através do Conselho de Administração, entende que as aquisições de ações de sua emissão não acarretarão impactos sobre a sua composição acionária, tampouco sobre a sua saúde financeira”, aponta o documento.
Como o programa atual é uma extensão do anunciado em 7 de maio, a data de encerramento para as operações será em 7 de outubro de 2025.
Veja o resultado da BRF