A processadora de alimentos BRF (BRFS3) informou nesta segunda-feira que teve prejuízo de 1,337 bilhão de reais no segundo trimestre, maior do que a perda trimestral de cerca de 715 milhões projetada por analistas.
O lucro da empresa dona das marcas Sadia e Perdigão antes de juros, impostos, depreciação e amortização, uma medida do resultado operacional conhecido como Ebitda (na sigla em inglês), chegou a 1 bilhão de reais em termos ajustados, acima da projeção de analistas de 917,4 milhões.
A receita líquida caiu 5,7% ao ano, para 12,2 bilhões de reais. A empresa afirmou no balanço que aumentou volume de vendas no Brasil, onde obtém a maior parte de sua receita.
No entanto, o preço médio de venda caiu 1,3% na comparação trimestral, uma vez que a cotação do frango in natura no Brasil continua abaixo da média histórica, refletindo o excesso de oferta no mercado global.
“O segmento de exportação foi prejudicado pelo excesso de frango”, disse o presidente da BRF, Miguel Gularte, a jornalistas.
O executivo observou que a ameaça de proibições de exportação relacionadas à gripe aviária atrasou a recuperação dos preços, mesmo diante da melhora na dinâmica de oferta e demanda nas últimas semanas.
“Os importadores se tornaram mais conservadores por causa das proibições, incluindo o Japão.”
O Brasil é considerado livre de influenza aviária de alta patogenicidade pelos critérios da Organização Mundial de Saúde Animal, que considera granjas comerciais.
No entanto, o Brasil confirmou casos em aves silvestres e domésticas, desencadeando proibições temporárias de importações regionalizadas do Japão.
A BRF disse que a liquidação dos estoques de frango do setor mitigou os efeitos dos reajustes de preços que a empresa aplicou em alguns tipos de produtos processados.
No mercado internacional, a BRF informou que recuperou parcialmente as margens e se manteve como a maior exportadora de frango para os países do Golfo, onde afirma ter uma participação de mercado de 50%.
Durante o trimestre, a BRF também obteve 15 licenças de exportação para vender produtos para China, Japão e Cingapura, África do Sul e Argentina, melhorando suas perspectivas de negócios nos mercados globais, disse a administração.
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