A análise do Goldman Sachs (GS; GSGI34) sobre o BTG Pactual (BPAC11) aponta para resultados mistos no quarto trimestre de 2024, com receitas crescendo 4% na base sequencial, mas impactadas por custos elevados. Os gastos com compensação e administração subiram acima do esperado, deteriorando a eficiência operacional.
Apesar disso, o banco manteve sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$36, destacando a resiliência do modelo diversificado de receitas.
O lucro líquido recorrente cresceu 2% no trimestre, mas ficou 3% abaixo das expectativas do mercado. A alta nos custos de bônus (+4%) e despesas administrativas (+10%) pressionou as margens, enquanto o índice CET1 caiu para 11,8%.
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Embora o BTG tenha mostrado força em segmentos como investment banking e corporate lending, os desafios operacionais e o cenário macroeconômico exigem atenção.
Os riscos incluem a qualidade dos ativos após forte expansão de crédito e volatilidade nos resultados de trading. No entanto, o valuation atrativo, com múltiplos de 8,2x o P/E projetado para 2025, reforça o caso de investimento.
O Goldman Sachs projeta um potencial de valorização significativo, com a ação negociada abaixo do preço-alvo.
Veja o que a Goldman Sachs disse sobre o BTG Pactual
• Custos de compensação pressionam margens. Os gastos com compensação aumentaram 7% no trimestre. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento nos bônus (+4%), levando a uma elevação de 40 pontos-base na razão de compensação. Esse movimento reflete a estratégia do banco de reter talentos em um ambiente competitivo, mas prejudicou a eficiência operacional. O Goldman Sachs destaca que esse aumento foi superior às projeções, impactando negativamente os resultados consolidados do período.
• Despesas administrativas sobem acima do esperado. As despesas administrativas cresceram 10% na base sequencial. Parte desse aumento foi atribuída a aquisições recentes, que ampliaram a estrutura operacional do BTG. Esses custos ficaram 8% acima das estimativas do Goldman Sachs, contribuindo para a deterioração da razão de eficiência, que subiu 140 pontos-base para 34,8%. O banco enfrenta desafios para equilibrar expansão e controle de despesas, o que pode limitar ganhos de margem no curto prazo.
• Impacto fiscal amplifica pressão sobre resultados. As despesas tributárias aumentaram 30% no trimestre. Esse crescimento superou as receitas, que subiram apenas 4%, indicando uma pressão adicional sobre a rentabilidade. O Goldman Sachs ressalta que as despesas fiscais ficaram 23% acima das expectativas, exacerbando o impacto dos custos operacionais elevados. Essa combinação de fatores resultou em uma queda de 50 pontos-base no ROE, que atingiu 23,0%, refletindo a complexidade do cenário operacional atual.
• Riscos macroeconômicos e governança preocupam. Os principais riscos incluem a qualidade dos ativos e volatilidade no trading. Após anos de forte crescimento no crédito, o BTG enfrenta desafios com a desaceleração do PIB, que pode pressionar a inadimplência. Além disso, a volatilidade nos resultados de trading e a dependência de atividades de mercado são fatores de incerteza. Preocupações com governança corporativa também permanecem, dada a estrutura acionária complexa, o que pode afetar a percepção dos investidores sobre a companhia.
• Valuation atrativo sustenta recomendação de compra. A ação está avaliada abaixo do preço-alvo de R$36. Com múltiplos de 8,2x o P/E projetado para 2025, o BTG oferece um valuation atrativo frente ao potencial de crescimento. O Goldman Sachs utiliza um modelo DDM com taxa de crescimento terminal de 6% para justificar seu preço-alvo, que implica um múltiplo de 9,2x. Apesar dos desafios operacionais, o banco é visto como uma escolha sólida no setor financeiro, com perspectivas de recuperação e valorização no médio prazo, apoiadas por sua diversificação de receitas.