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Caminhos para uma educação corporativa de qualidade

por Plataforma Brasil
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Caminhos para uma educação corporativa de qualidadePrezados leitores, mais uma vez vou mirar as minhas baterias no universo corporativo, mas agora tratando de sua base educacional. (Estou louco para escrever sobre política e economia, mas por enquanto aguardarei pelos novos contornos do atual compasso de espera).

Adoto a expressão “Educação Corporativa” na tentativa (simplista, confesso) de resumir, em duas palavras, o vasto cenário onde coexistem os diversos cursos de administração e gestão de negócios com a indústria do “management”, repleta de palestras, eventos e seminários que, no fim das contas, compartilham o mesmo objetivo central de formar executivos, gestores e dirigentes.

Digo dirigentes porque raramente uso a expressão “líderes”, por considerá-la um exagero cômico quando não se limita à habilidade de liderança, essa sim, necessária aos postos de comando, chefia e direção – afinal de contas deixemos as ilusões de lado: não é toda geração que produz um Churchill, um Mao Tsé-Tung ou um Lee Iacocca capacitados a navegar no complexo cenário econômico-industrial com desenvoltura e eficiência.

Contudo, gostaria de abordar o assunto no seu contexto mais amplo, extrapolando a fronteira dos títulos, das salas de aula, dos auditórios ou dos links da educação on-line. Considero, sobretudo, o ambiente geral no qual estão inseridos esses corajosos guerreiros contemporâneos.

Estamos diante de profissionais obrigados a conviver com a confusão cotidiana da permanente difusão de modismos, com a ideologia da inovação pela inovação, da instabilidade pela instabilidade, com a fértil profusão de jargões rebatizando aquilo que seus avós já conheciam com outras denominações – o sujeito é um bom chefe, competente e com desenvolvido senso de liderança, mas não basta, se sente frustrado por não reunir as alardeadas e permanentemente mutantes características dos “líderes” ou dos “meta-competentes” (um verdadeiro horror).

Diante disso, e muito distante da intenção de apresentar um receituário de bolo, compartilho aqui alguns caminhos viáveis e de fácil acesso:

1) O senso crítico
Não importa a sua formação educacional ou o título que receberá ao final do semestre, se você não lapidar a sua capacidade crítica jamais potencializará o conhecimento que adquiriu. Considero como fundamental na minha própria formação a crítica que sempre tive sobre os próprios cursos que frequentei.

No dia-a-dia do trabalho não é diferente. Por mais que a ditadura do senso comum se imponha, lute para preservar, sustentar e fundamentar as suas próprias opiniões. Potencialmente estará, não apenas se tornando um profissional efetivamente destacado, mas preservando a sua sanidade mental.

2) A leitura
Trata-se de um hábito que não traz apenas bagagem cultural ou conhecimento técnico, mas antes de tudo, potencializa o intelecto. Desenvolve o potencial cognitivo e as habilidades de expressão e articulação. Busque leituras complexas e desafiadoras, fugindo das receitas prontas ou daquilo que já é conhecido como reforço às suas crenças.

Evitar a zona de conforto, onde assuntos já conhecidos são abordados, ajuda muito. Historiadores, alguns romancistas, jornalistas literários e cientistas costumam oferecer em suas obras um caleidoscópio de informações e estímulos que, na pior das hipóteses, podem lhe transformar em um ser humano ainda mais interessante e rico.

3) Autodidatismo
Ele é fundamental. Na falta de um sistema educacional (salvo raríssimas exceções) que possa realmente suprir deficiências e encerrar de uma vez por todas com o analfabetismo funcional, seja você o seu próprio orientador. Identifique as suas áreas de fragilidade de conhecimento e invista energia combatendo-as com disciplina, curiosidade e organização.

Um bom método para essa identificação é pensar na sua atividade ou no seu negócio a partir de uma abordagem por processo, facilitando assim a identificação dos setores que, em situação de estresse, demandarão um conjunto de conhecimentos e habilidades que eventualmente podem não estar presentes.

4) Escrever
Além do óbvio benefício de potencializar a sua capacidade de síntese e expressão, auxilia na criação de um mecanismo próprio de racionalização, triagem e estruturação de conceitos.

Para concluir, considerando que a formação é por si só um processo contínuo e com vida própria, penso que devemos buscá-la em estruturas que superem a retórica ou sistema de repetição pelo qual, pouco a pouco, estamos sendo engolidos. Deve-se buscar aprofundamento, conceito e uma alternativa ao “lugar comum”, pois, como já disse o poeta (obrigado Nelson Rodrigues), a unanimidade não é nada inteligente.

Um abraço e até a próxima.

Foto de sxc.hu.

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