O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou nesta terça-feira, 24, a coesão do Comitê de Política Monetária (Copom) em suas duas últimas reuniões. Segundo ele, além de os votos terem sido coesos, houve uma percepção unânime entre os membros de que era importante comunicar a decisão de forma eficiente.
<<< Da Periferia ao BILHÃO… a história de Flávio Augusto >>>
Durante palestra em conferência do banco Safra, Campos Neto disse entender o desejo do mercado em ter um guidance ou seja, uma sinalização dos próximos passos do BC.
Ele acrescentou, porém, que às vezes a autoridade monetária não sabe a decisão que vai tomar na reunião seguinte do Copom. É o que acontece no momento, quando o BC prefere esperar por indicadores econômicos.
“Nem sempre é possível dar guidance, apesar de o mercado sempre esperar. Sempre há redução de volatilidade quando o BC dá guidance, mas neste momento não daremos”, declarou.
O presidente do BC expressou desconforto tanto com a desancoragem das expectativas quanto com o prêmio de risco na curva longa de juros, atribuído, em parte, a incertezas sobre a política fiscal. Ponderou, no entanto, que a questão fiscal pode ser endereçada rapidamente, ao justificar a decisão do BC de aguardar a evolução do cenário.
Ao ser questionado sobre qual conselho deixaria para a direção do BC, Campos Neto, que deixa o cargo na virada do ano, respondeu que a recomendação é agir com independência, aguentar a pressão e ser técnico, sem se levar por ruídos de curto prazo.
(Com Estadão Conteúdo)