A captação financeira das startups no Brasil despencou 56,8% em 2023 na comparação com o ano anterior, revelam os dados divulgados pela plataforma de inovação Distrito.
Os investimentos em 2023 totalizaram 455 negócios e um volume aportado de US$ 1,9 bilhão, representando uma queda de 56,8% em relação aos US$ 4,4 bilhões aportados um ano antes.
Ao considerar as 455 rodadas mapeadas, o número indica uma redução de 51,1% no volume de operações em comparação com o ano anterior, quando foram registradas 931 negociações.
Destaques
Durante o ano de 2023, o mercado de startups destacou duas captações significativas em agosto. A Nomad, uma fintech que possibilita aos brasileiros a abertura de conta-corrente em um banco norte-americano digitalmente, recebeu um aporte de US$ 61 milhões, equivalente à cerca de R$ 300 milhões, liderado pela Tiger Global.
Além disso, a plataforma de bem-estar corporativo Gympass também anunciou em agosto um investimento de US$ 85 milhões. Esse aporte provém de uma rodada de financiamento Série F, liderada pela EQT Growth, com a participação da Neuberger Berman.
Juntamente com essas duas empresas em destaque, em outubro, a QI Tech realizou uma captação de R$ 1 bilhão, alcançando cerca de US$ 200 milhões em uma rodada série B liderada pela General Atlantic, com a participação do já acionista Across Capital.
América Latina
Na América Latina, a tendência de queda também foi observada. Foram 746 rodadas registradas em 2023, um recuo de 48,6% no número de transações, em comparação com as 1452 negociações fechadas em 2022.
Evolução anual de investimentos na América Latina
A redução significativa também está vinculada ao montante investido, uma vez que foram aportados US$ 7,9 bilhões na América Latina no ano passado. Em relação a 2021, a diminuição no número de negócios fechados foi de 55%, em análise do último ano.
“Os números do mercado de VC na América Latina refletem a dinâmica desafiadora de 2023, evidenciada pelo declínio no registro de negociações fechadas no período. Diante das condições do cenário, a consolidação de investimentos identificados no estágio inicial, aliada aos destaques em setores como Fintech, revela oportunidades emergentes e a resiliência do ecossistema diante das condições do mercado”, destaca Gustavo Gierun, CEO do Distrito.