O Carrefour (CRFB3) apresentou resultados financeiros mistos para o terceiro trimestre de 2024, com um desempenho sólido em vendas, mas com desafios no controle de margem bruta e capital de giro, conforme analisado por BTG Pactual, Itaú BBA e XP Investimentos.
A varejista divulgou um crescimento expressivo nas vendas no terceiro trimestre, atingindo R$ 29,5 bilhões, um aumento de 5% em relação ao ano anterior, superando as estimativas de mercado.
Finclass com 50% de desconto! Realize seu cadastro gratuito para ter acesso VIP à Black Friday
O segmento de atacarejo (Cash & Carry), representado principalmente pelo Atacadão, foi o maior destaque, com um crescimento de 5,9% nas vendas mesmas lojas (SSS), influenciado por 13 novas unidades abertas nos últimos doze meses. Este setor se beneficiou da adição de novas lojas e da consolidação do modelo de vendas diretas ao consumidor e B2B.
Na divisão de varejo, que inclui as lojas tradicionais Carrefour, as vendas mesmas lojas subiram 6% anualmente. Entretanto, as vendas totais desse segmento caíram 8%, refletindo o fechamento de 18 unidades e a conversão de 126 lojas para o modelo de atacarejo, uma estratégia que a empresa vem adotando para otimizar sua presença no mercado.
Já o Sam’s Club, com crescimento de 2,5% nas vendas mesmas lojas e aumento de 17% nas vendas totais, destacou-se pela expansão de sua base de associados ativos, que cresceu 35% no último ano.
Margens
Apesar do crescimento nas vendas, o Carrefour enfrentou uma leve queda na margem bruta consolidada, que chegou a 19,2%, uma redução de 90 pontos-base em relação ao ano anterior, influenciada pelo aumento da concorrência e promoções agressivas. No segmento de varejo, a margem bruta caiu 160 pontos-base, situando-se em 22%, e no atacarejo, a margem foi de 15,5%, também impactada pelas vendas B2B, que tendem a ter margens mais apertadas.
O Ebtida ajustado foi de R$ 1,5 bilhão, registrando uma leve queda em relação às expectativas do BTG Pactual e XP Investimentos. Ainda assim, o indicador representou um crescimento anual de 9,7%, com uma margem Ebtitda ajustada de 5,7%. No entanto, o alto consumo de caixa no trimestre, impulsionado pelo aumento de capital de giro, chamou a atenção dos analistas.
Veja todas as carteiras recomendadas para novembro
Perspectivas
O BTG elogiou o desempenho de vendas do Carrefour, mas destacou a deterioração na margem bruta e os desafios no capital de giro, o que pressionou a alavancagem financeira da companhia. A instituição se mantém cautelosa quanto aos próximos trimestres, especialmente devido à integração do Grupo BIG, que ainda exige ajustes operacionais significativos.
O banco mantém a recomendação neutra para o papel, destacando que o setor de varejo alimentício brasileiro enfrenta forte competição e margens pressionadas.
Para o Itaú BBA, o Carrefour demonstrou resiliência em um cenário de mercado difícil, com destaque para o crescimento nas vendas do Atacadão e no número de associados no Sam’s Club. Contudo, o banco também alertou para a pressão sobre a margem bruta e as despesas financeiras, que permaneceram elevadas, comprometendo o lucro líquido. O Itaú acredita que a reestruturação das operações do Carrefour, incluindo o fechamento de lojas menos rentáveis, é uma estratégia positiva no longo prazo, mas reforça a cautela em relação ao cenário de curto prazo.
A XP avaliou os resultados como mistos. A corretora ressaltou o crescimento em vendas como ponto positivo, mas também se mostrou preocupada com os desafios que a empresa enfrenta no gerenciamento de margens e no aumento da alavancagem. Segundo a XP, embora o Carrefour tenha realizado esforços para otimizar seu portfólio de lojas e tenha visto algum alívio na inflação dos alimentos, o cenário competitivo no setor de varejo alimentar ainda representa um desafio significativo. A XP recomendou atenção aos próximos resultados, considerando o potencial de melhoria gradual das margens e a importância de manter o capital de giro em controle.
Veja o resultado do Carrefour