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Casas Bahia (BHIA3): Vale a pena comprar as ações antes do balanço?

Empresa viu a sua operação encolher com o processo de recuperação judicial, levando as ações a cair cerca de 65% em 12 meses

por Gustavo Kahil
Casas Bahia

O preço-alvo para as ações da Casas Bahia (BHIA3) foi cortado de R$ 6,70 para R$ 3,80 pelo BB Investimentos, mostra um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (25). O analista Andréa Aznar incorporou os resultados do terceiro trimestre de 2024 e as premissas macroeconômicas.

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O BB ressalta que as ações da Casas Bahia caem cerca de aproximadamente 65% nos últimos 12 meses, movimento impactado tanto pelas sequenciais altas na taxa Selic ocorridas desde o ano passado – que afetam especialmente as empresas cíclicas e mais endividadas.

Além disso, durante o processo de recuperação judicial, solicitado em 2024, viu a sua operação encolher devido a uma nova estratégia de atuação, com queda de receita e fechamento de lojas.

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“É importante mencionar que, desde o anúncio do Plano de Transformação em agosto de 2023, a companhia tem feito ajustes importantes em sua operação e em sua estrutura administrativa, apresentando melhorias de rentabilidade, mas cujo caminho para que a mesma retome patamares históricos ainda é longo e repleto de desafios”, pontua Aznar.

Ele lembra que, atualmente, a Casas Bagua está na segunda fase do plano. O foco está em uma maior seletividade nos investimentos, fortalecendo o segmento de produtos core da empresa e o aumento de receita.

“Entendemos que este é um momento muito importante para a companhia, dado que agora espera-se aumento nas vendas sem recuo na rentabilidade”, diz o analista.

A primeira fase teve como prioridade a melhoria de margens e a manutenção de uma operação eficiente, mesmo que a contrapartida fosse a queda de receita, o que acabou se confirmando.

“Segundo a empresa, a terceira fase se iniciará em maio de 2025 e tem como objetivos principais a revisão da estratégia da empresa com foco em expansão e a melhoria da experiência dos clientes, tanto nos canais físico como no on-line”, destaca o relatório.

No último dia 13, a Casas Bahia divulgou o início operacional do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), que estava sendo aguardado desde agosto de 2023, com o objetivo de otimizar sua operação de crediário e aumentar a sua capacidade de financiamento.

Casas Bahia
(Imagem: Divulgação/ Casas Bahia)

O que esperar do resultado no quarto trimestre?

Segundo o BB, os resultados do quarto trimestre de 2024 apresentarão os números que englobam o período mais importante de vendas para o segmento ao qual a companhia faz parte: a Black Friday e o Natal. O balanço será conhecido no dia 12 de março, após o fechamento dos mercados.

“Acreditamos que a empresa apresentará números melhores que os de períodos anteriores, muito calcados no elevado patamar de concessão de crédito. Apesar da vasta experiência nesse tipo de operação, acreditamos que o cenário de alta taxa de juros pode fazer com que a preocupação em relação ao aumento da inadimplência se aprofunde ao longo do ano”, explica Aznar.

Ele observa um incremento em receita líquida ainda tímido, abaixo da inflação projetada pelo time de economistas do BB, com o seu desempenho sofrendo diante de um cenário macroeconômico ainda desafiador para o setor de bens duráveis, devido às expectativas de elevação da Selic, com encarecimento e restrição de crédito ao longo do ano e aumento da taxa de desemprego no segundo semestre, que tende a reduzir a massa de renda real das famílias e desestimular o consumo.

“Apesar de a recuperação judicial realizada no ano passado ter trazido significativo alongamento do prazo da dívida, é importante mencionar que ainda entendemos o endividamento da companhia como um ponto de atenção. Além disso, com a taxa Selic em alta, as despesas financeiras tendem a pesar mais no balanço e a corroer parte das melhorias operacionais que a companhia se propõe. Por todos esses motivos, optamos por manter a recomendação de venda”, finaliza o documento.

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