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Casas Bahia melhora margens, mas enfrenta desafios

A companhia apresentou uma receita líquida de R$ 6,4 bilhões, uma leve redução de 2,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior

por André Torres
3 min leitura
Casas Bahia

Os resultados do terceiro trimestre de 2024 da Casas Bahia (BHIA3), analisados pelo Safra e Genial Investimentos, mostram sinais mistos em meio ao processo de reestruturação da empresa.

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A companhia apresentou uma receita líquida de R$ 6,4 bilhões, uma leve redução de 2,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior, mas 2% acima da estimativa do Safra.

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Esse desempenho reflete um cenário desafiador, especialmente para o segmento de eletrodomésticos e eletrônicos, que enfrenta dificuldades com a queda de demanda e ajuste nas categorias de produtos.

Um dos principais destaques do trimestre foi o aumento da margem bruta, que alcançou 31,6%, um avanço de 7,9 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre de 2023, superando as expectativas de ambos os bancos.

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Esse aumento é atribuído ao ajuste no mix de produtos e ao equilíbrio entre vendas de produtos e serviços financeiros, o que favoreceu a rentabilidade. A margem Ebitda ajustada chegou a 7,7%, um ganho de 24 pontos-base em relação ao esperado pelo Safra.

O Ebitda ajustado foi de R$ 491 milhões, um número positivo considerando o cenário desafiador que a empresa enfrenta, refletindo o impacto positivo da reestruturação operacional e das iniciativas de contenção de custos.

O segmento de e-commerce (1P) teve uma queda de 23% nas vendas em relação ao ano anterior, o que foi compensado pelo crescimento de 18% nas vendas de terceiros (3P) e uma alta de 7% nas lojas físicas (B&M).

Segundo o Genial, o desempenho do e-commerce reflete o redirecionamento estratégico da Casas Bahia para reduzir sua exposição a categorias menos rentáveis e priorizar itens de maior margem. Essa estratégia é parte do plano de recuperação da companhia, que busca equilibrar suas operações entre o físico e o digital.

Fluxo de caixa

Em termos de fluxo de caixa, a Casas Bahia apresentou um ciclo de caixa positivo, com destaque para o aumento de 23 dias no prazo com fornecedores, o que compensou o aumento de 10 dias no nível de estoque para preparar as vendas do quarto trimestre.

Esse ajuste possibilitou um fluxo de caixa operacional positivo de R$ 458 milhões nos últimos 12 meses, embora o fluxo total do período tenha mostrado um consumo de caixa de R$ 815 milhões devido ao aumento da dívida líquida.

O Safra e o Genial mantiveram uma visão cautelosa sobre o futuro da companhia, com classificação neutra para as ações da BHIA3 e recomendação de manutenção.

O Safra estabeleceu um preço-alvo de R$ 5,00 para 2025, refletindo um potencial de valorização de 23% sobre o preço atual, enquanto o Genial destaca que, apesar das melhorias operacionais, a empresa ainda enfrenta desafios com o alto nível de endividamento e a necessidade de manter o crescimento de margens de forma sustentável.

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(Imagem: Dinheirama)

A Casas Bahia também se beneficiou do crescimento no setor de marketplace, o que contribuiu para ampliar sua receita e diversificar sua base de clientes. A taxa de comissão (take rate) aumentou para 13,1%, indicando uma maior rentabilidade do segmento.

A estratégia de expandir serviços no marketplace inclui uma estrutura completa de logística e crédito para parceiros, reforçando a importância do 3P como pilar de crescimento da companhia.

Em resumo, os analistas do Safra e do Genial observam que, enquanto a Casas Bahia apresenta avanços em sua reestruturação e melhora nas margens operacionais, a sustentabilidade dos resultados ainda depende da capacidade da empresa de administrar sua dívida e impulsionar o crescimento de maneira equilibrada.

A redução de custos e o foco em um portfólio de produtos mais rentável mostram-se eficazes, mas o contexto econômico adverso e a necessidade de estabilizar o fluxo de caixa são desafios que devem ser superados para que a companhia mantenha sua trajetória de recuperação.

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