O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira que o Brasil tem visto um cenário doméstico “bastante benigno”, principalmente em relação à inflação, apesar de fatores externos continuarem impactando a economia do país.
Em comentários durante evento do Sescon-SP, Galípolo destacou que o real e a inflação no Brasil têm tido um “bom comportamento”, o que gera uma situação de otimismo em meio a um cenário internacional marcado pela incerteza.
“A gente continua assistindo um cenário bastante benigno. A composição da inflação vem bastante benigna… inclusive naqueles indicadores mais sensíveis ao ciclo econômico”, disse Galípolo.
O diretor do BC afirmou que esse comportamento da economia brasileira faz com que o país se destaque entre seus pares no momento, o que o torna um foco para a atração de recursos externos.
“Mesmo em um cenário mais adverso, o Brasil hoje reúne uma série de características que podem fazer com que se destaque entres seus pares”, disse.
Galípolo ainda afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) foi “muito feliz” ao estabelecer um ciclo de cortes de 0,5 pontos percentuais na taxa Selic, pois permite que a autoridade monetária ajuste sua política monetária contracionista ao mesmo tempo que segue analisando os cenários apresentados.
Na semana passada, o BC realizou o terceiro corte consecutivo de 0,5 p.p. em sua taxa de juros, reduzindo-a para 12,25, e sinalizou que mais reduções desse tamanho se seguirão apesar das novas preocupações do ponto de vista fiscal.
Ele pontuou que há “muita dúvida e incerteza” sobre como o cenário internacional vai se desenrolar nos próximos meses, diante da escalada do conflito no Oriente Médio e os altos rendimentos dos Treasuries.
Mas destacou que alguns indicadores com relação direta aos fatores externos, como os preços do petróleo e as taxas de câmbio, têm apresentado a princípio “alterações modestas”.