Dois em cada três brasileiros (65%) já deixaram de fechar um contrato de imóvel com medo de ser um mau negócio por causa do preço, segundo o levantamento “A precificação de imóveis no Brasil”, feito pelo Grupo QuintoAndar, em parceria com o Datafolha.
A pesquisa foi obtida em primeira mão pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
“As pessoas querem poder comparar o preço de imóvel no mesmo prédio, querem ter acesso a fotos para poder tomar a melhor decisão, para entender antes como o estado de conservação do imóvel impacta o preço”, afirma o gerente de dados do Grupo QuintoAndar, Thiago Reis.
Foram entrevistados 2.005 brasileiros com 18 anos ou mais, entre os dias 27 de agosto e 12 de setembro, em todas as cinco regiões do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
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Segundo a pesquisa, 84% dos entrevistados sentem que é difícil obter dados precisos sobre o preço adequado de um imóvel.
A falta de informações traz consequências não só para os interessados no negócio, na avaliação de Reis. “Isso resulta em um desequilíbrio de preços que, de certa forma, prejudica todo o ecossistema imobiliário”, ressalta.
O estudo aponta ainda que o preço é determinante na hora de escolher um imóvel para 56% dos entrevistados, com 47% dos inquilinos e compradores destacando a dificuldade de conciliar o negócio com o orçamento disponível.
Dificuldade na precificação
De acordo com o levantamento, 68% dos proprietários levam até um mês para saber como precificar um imóvel. Para Reis, isso reflete a falta de conhecimento de ferramentas, como as calculadoras de preço, na hora de estabelecer valores.
Além de mostrar que a falta de parâmetro tem impacto na hora de realizar a precificação dos imóveis, a pesquisa identifica que é comum fazer a negociação com um valor acima.
No estudo, 56% dos proprietários dizem sobreprecificar, já considerando que um desconto será concedido à frente durante a negociação.
“Essa estratégia, muitas vezes, acaba prejudicando quem planeja vender ou alugar, em razão da sobreprecificação, podendo, inclusive, impactar a liquidez do imóvel”, frisa Reis. “Isso pode desestimular também os compradores e inquilinos que buscam preços justos e transparentes”, acrescenta.
Entre os que desejam alugar ou comprar imóveis, 77% afirmam iniciar a busca já pensando em obter um desconto. Mais da metade deles (52%) busca uma margem de negociação entre 5% e 10% do valor do imóvel.
(Com Estadão Conteúdo)