O lateral Marcelo não é mais jogador do Fluminense. Após o empate em 2 a 2 contra o Grêmio, na última sexta-feira, 1, na qual entrou em conflito com o treinador Mano Menezes, o jogador se reuniu com a diretoria neste sábado e as partes entraram em acordo pelo fim do contrato do jogador que ia até dezembro de 2024. O clube carioca comunicou por meio de uma nota nas redes sociais a rescisão com Marcelo.
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O episódio que culminou no encerramento do contrato aconteceu aos 45 minutos do segundo tempo, quando o Fluminense vencia o Grêmio por 2 a 1. Mano chamou Marcelo e Marquinhos para entrarem nas posições de Lima e Keno, respectivamente. Na beira do gramado, o treinador do Fluminense foi passar instruções para o lateral, quando ouviu um comentário do jogador. Imediatamente Mano Menezes afastou Marcelo e chamou John Kennedy para entrar no lugar.
Na coletiva após a partida, Mano explicou a situação. “Eu iria colocar Marcelo naquela hora, mas ouvi uma coisa que não gostei e mudei de ideia. Coloquei o JK na beirada, é um jogador de força para você ter uma saída”, disse o treinador, sem revelar o que disse o lateral.
Que tipo de chefe é Mano?
O estilo de gestão, em que o chefe não tolera a negativa ou contraposição de um trabalhador e opta por demiti-lo de imediato, é frequentemente associado ao “modelo autocrático”. Neste tipo de liderança, que parece ser a de Mano, o gestor concentra o poder decisório e espera obediência total, desencorajando qualquer forma de questionamento. O autoritarismo do chefe autocrático, embora possa gerar agilidade em decisões, muitas vezes leva a um ambiente tóxico e à redução da criatividade e da colaboração.
Autores e especialistas em gestão de pessoas como Daniel Goleman, no livro Inteligência Emocional, destacam que líderes autocráticos podem comprometer a produtividade a longo prazo, uma vez que os funcionários se sentem desvalorizados e menos motivados.
Peter Drucker, um dos maiores especialistas em administração moderna, também critica essa abordagem, afirmando que “a função de um líder é elevar a visão dos liderados”. Já Simon Sinek, em Leaders Eat Last, reforça que uma liderança baseada no medo cria insegurança e reduz a lealdade. Esse estilo de gestão, portanto, é amplamente visto como ultrapassado e contraproducente.
Nota do Fluminense
Na nota divulgada pelo clube, o Fluminense disse que a decisão foi tomada em “comum acordo” e relembrou os títulos conquistados por Marcelo, revelado em Xerém, na base do time. As conquistas mais relevantes do lateral com a camisa tricolor foram a Libertadores de 2023 e a Recopa de 2024. O jogador também levantou a taça do Campeonato Carioca de 2023.
O Fluminense afirmou que os “laços afetivos” com o jogador permanecem. O nome de Marcelo foi homenageado em um estádio no Centro de Treinamento do clube. Na ocasião, o jogador revelou que gostaria de estender o vínculo com o Fluminense, para disputar o Super Mundial de 2025.
Ao fim da nota, o clube agradeceu ao jogador e disse seguir na torcida pelo atleta.
Veja o trecho em que Mano fala sobre Marcelo
(Com Estadão Conteúdo)