O chefe de direitos humanos das Nações Unidas culpou a saída da Rússia do acordo de grãos do Mar Negro e os ataques do país a instalações agrícolas pelo aumento dos preços dos alimentos, que tem sido particularmente prejudicial no Chifre da África.
“A retirada da Federação Russa da Iniciativa de Grãos do Mar Negro em julho e os ataques às instalações de grãos em Odesa e em outros lugares forçaram novamente os preços a subirem muito em muitos países em desenvolvimento — tirando o direito à alimentação do alcance de muitas pessoas”, disse Volker Turk, nesta segunda-feira, na abertura da sessão do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, referindo-se especificamente às altas taxas de desnutrição na Somália em meio à seca.
A Rússia abandonou em julho o acordo de grãos mediado pela ONU, que tem como objetivo de aliviar a crise global de alimentos. A Ucrânia acusou a Rússia de atacar intencionalmente terminais de grãos e infraestrutura no porto de Odesa, no Mar Negro, e em outros locais. Em alguns casos, a imprensa estatal russa alegou que as instalações estavam abrigando mercenários e equipamentos militares, sem fornecer provas.
No mesmo discurso em que evocou as crises de direitos humanos em todo o mundo, Turk se referiu a uma série de incidentes de queima do Alcorão na Suécia e em outros lugares como “repugnantes”.
Ele também pediu uma “forte ação corretiva” da China em resposta a um relatório de seu antecessor, há um ano, que destacou possíveis crimes contra a humanidade cometidos contra muçulmanos em Xinjiang.