Um projeto imobiliário apoiado pelo Estado na China recebeu o primeiro empréstimo para desenvolvimento sob o chamado mecanismo de lista de permissões e mais duas grandes cidades diminuíram as restrições para a compra de casas, informou a mídia estatal, à medida que aumentam as preocupações com a liquidação do Evergrande.
As medidas mais recentes se somam a uma série de outras implementadas pela segunda maior economia do mundo no ano passado para ajudar a reanimar o setor imobiliário, que representa um quarto do PIB da China e foi afetado por uma crise de endividamento sem precedentes após a repressão regulatória sobre a alta alavancagem do setor.
Apesar dessas medidas, o mercado imobiliário encerrou o ano passado com as piores quedas nos preços das casas novas em quase nove anos, lançando uma sombra sobre as expectativas de recuperação econômica mais ampla e renovando as demandas dos investidores por iniciativas mais fortes.
Analistas afirmam que um tribunal de Hong Kong que colocou o gigante do setor imobiliário China Evergrande Group em liquidação pode piorar a perspectiva da demanda, já que os compradores adotam uma abordagem cautelosa devido à incerteza sobre a saúde de outras incorporadoras privadas.
Duas das principais cidades da China, Suzhou e Xangai, seguiram Guangzhou na flexibilização das restrições à compra de casas, informou a mídia oficial na terça-feira, em um esforço para aumentar a demanda.
Em outra medida de apoio, um empréstimo no valor de 330 milhões de iuanes (46 milhões de dólares) para um empreendimento apoiado pelo Estado foi aprovado apenas alguns dias úteis depois que o governo anunciou o mecanismo de “lista de permissões de projetos”, informou o Securities Times nesta quarta-feira.
De acordo com o mecanismo, os governos municipais devem fornecer uma lista de projetos imobiliários locais adequados para apoio financeiro e coordenar com as instituições financeiras locais para atender às necessidades de financiamento desses projetos.
O Securities Times disse que a cidade de Nanning, na região de Guangxi, forneceu sua primeira lista às empresas financeiras locais contendo 107 empreendimentos.
A cidade de Chongqing, no sudoeste do país, também apresentou uma lista de 314 projetos, com um total de 83 bilhões de iuanes em financiamento necessários, de acordo com a conta oficial do Wechat das autoridades habitacionais da cidade.
A implementação do apoio financeiro por meio desse mecanismo está sendo observada de perto por um mercado que se recupera de uma crise de dívida desde meados de 2021, que resultou em casas inacabadas e inadimplência, especialmente entre as incorporadoras privadas.
Muitos analistas acreditam que levará muito tempo para o mercado imobiliário se estabilizar.
As novas medidas surgem no momento em que os analistas avaliam o impacto da ordem judicial de colocar o Evergrande, que já foi a incorporadora mais vendida da China, em liquidação.