A China publicou nesta terça-feira seu tão aguardado plano para combater o aquecimento climático causado pelo gás metano, mas não incluiu metas firmes para reduzir essas emissões apenas metas para reutilizá-las como combustível.
Analistas políticos consideraram o plano vago e decepcionante. Produzindo mais de 14% das emissões globais de metano, a China é de longe o maior emissor do gás no planeta.
Pequim divulgou seu plano perto do fim de uma reunião climática de quatro dias entre China e Estados Unidos.
O país asiático se comprometendo a “melhorar efetivamente” seus sistemas de monitoramento e supervisão de metano no período do plano, de cinco anos até 2025, e a “melhorar significativamente” esses sistemas entre 2026 e 2030.
O país também irá se esforçar para reduzir a queima de emissões em poços de petróleo e gás, ao mesmo tempo em que visa o encerramento de fugas de metano em minas de carvão, de acordo com o plano publicado pelo Ministério da Ecologia e Ambiente da China.
A China também prometeu promover o controle do metano na agricultura e reforçar os controles do metano proveniente de resíduos.
Em comunicado, o presidente da cúpula climática COP28 deste ano, o sultão Al Jaber, saudou o anúncio como “um passo crítico para a ação climática global”.
Os analistas políticos se mostraram menos entusiasmados com o anúncio após dois anos de espera, depois que a China se comprometeu na COP26 em Glasgow a colaborar com os EUA na medição e redução do metano. A avaliação é de que a estratégia resultante deixou muita coisa por resolver.
“Os objetivos mencionados no plano são muito ambíguos e contêm principalmente texto descritivo, sem metas específicas na redução das emissões de metano”, disse Yan Qin, analista-chefe de carbono da Refinitiv, parte da LSEG, que fornece dados do mercado financeiro global.
O combate às emissões de metano é visto como uma forma fundamental de controlar as mudanças climáticas no curto prazo, uma vez que seu potencial de aquecimento é 100 vezes superior ao do dióxido de carbono.
O gás também se dissipa da atmosfera em poucos anos, em comparação com o CO2, que dura até 1.000 anos. Isso significa que a redução das emissões de metano pode ter um impacto rápido na atenuação do aquecimento global.
A China não aderiu a um pacto global assinado por mais de 150 países para reduzir sua produção de metano em 30% até 2030.
Embora o plano da China não inclua metas para a redução do metano, ele prevê a captura e utilização de mais dessas emissões como combustível.