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China e Uruguai intensificam laços bilaterais durante reunião em Pequim

O anúncio eleva os laços do Uruguai com a China a um patamar de igualdade com o Brasil e a Argentina, dois outros membros do bloco comercial Mercosul

por Reuters
3 min leitura
China e Uruguai

 China e Uruguai intensificaram nesta quarta-feira seus laços bilaterais, preparando terreno para mais comércio e investimentos, conforme o vizinho de Brasil e Argentina busca fechar acordos no exterior que considera mais benéficos do que a participação em um bloco comercial local.

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Em uma reunião no Grande Salão do Povo de Pequim, o presidente chinês, Xi Jinping, disse ao seu colega uruguaio, Luis Lacalle Pou: “A China está pronta para trabalhar com o Uruguai para estabelecer uma parceria estratégica abrangente como um novo ponto de partida… e enriquecer a cooperação”, de acordo com a mídia estatal chinesa.

O anúncio eleva os laços do Uruguai com a China a um patamar de igualdade com o Brasil e a Argentina, dois outros membros do bloco comercial Mercosul.

Durante anos, a China buscou laços mais estreitos com os mercados emergentes da América do Sul, em grande parte para garantir matérias-primas, incluindo grãos e óleos para sua economia. A segunda maior economia do mundo também é um grande investidor e ofereceu acesso livre de tarifas ao seu enorme mercado consumidor para quatro Estados.

Lacalle Pou, em 2021, propôs pela primeira vez um acordo de livre comércio com a China para garantir aos seus exportadores oportunidades semelhantes àquelas desfrutadas por Chile, Costa Rica, Equador e Peru, e para impulsionar suas exportações de matérias-primas, bens industriais e tecnologia, mas enfrenta a oposição de outros membros do Mercosul que querem estabelecer um TLC com a Europa.

Atualmente, a China não tem preferência tarifária para a carne bovina uruguaia, que constituiu 67% das exportações do país sul-americano para o gigante asiático em 2022, de acordo com dados do Comtrade das Nações Unidas, e em cujo mercado a carne bovina paga uma tarifa de 12%. Austrália e Nova Zelândia, dois outros grandes exportadores de carne bovina com TLCs com a China, pagam tarifas de 3,3% e 0%, em comparação.

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O Uruguai não pode assinar facilmente um TLC com a China porque concordou com uma “Tarifa Externa Comum” com os membros do Mercosul e, portanto, não pode oferecer unilateralmente melhores condições a Pequim. E o bloco chegou a um acordo em princípio sobre um TLC com Bruxelas em 2019.

De acordo com a TEC do Mercosul, os exportadores chineses precisam pagar tarifas de 9%, caso queiram exportar para o Uruguai, o que é melhor do que a tarifa de 12% que os pecuaristas uruguaios enfrentam quando enviam carne bovina para a China.

Após as conversas, Xi e Lacalle Pou testemunharam a assinatura de vários documentos de cooperação em diversos setores, incluindo agricultura, educação, ciência e tecnologia, bem como sobre inspeções alfandegárias, o que pode ser uma vantagem para as exportações de carne do país latino-americano.

O Uruguai é um dos poucos países a ter um superávit comercial com a China, que no ano passado dobrou para 1,5 bilhão de dólares, ante 766 milhões de dólares em 2021, de acordo com dados do Escritório Nacional de Estatísticas da China.

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