A “Semana das Duas Sessões” (Lianghui) é um evento político anual na China, amplamente acompanhado pelo mercado financeiro, que reúne a Assembleia Popular Nacional (APN), o principal órgão legislativo do país, e a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), um órgão consultivo que reúne representantes de diversos setores da sociedade. Ocorre nesta semana, em Pequim, e dura cerca de duas semanas.
Durante esse período, líderes políticos, especialistas e representantes de diferentes regiões e grupos sociais discutem e aprovam políticas, planos econômicos, orçamentos nacionais e reformas legislativas. É um momento crucial para definir as prioridades do governo chinês, incluindo as estimativas para o PIB, inflação e a criação de novos estímulos econômicos. A reunião começa às 4h da manhã no Brasil (3 da tarde em Pequim).
“As políticas anunciadas provavelmente se concentrarão em como conduzir a economia através da turbulência das tarifas dos EUA e uma ordem mundial em mudança”, revela Michael Every, estrategista global do Rabobank em um relatório obtido pelo Dinheirama.
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Ele explica que os mercados estarão mais focados em quanto estímulo é anunciado e em que forma. “Dado que já temos um aumento contínuo na inflação em alguns lugares, e as tarifas dos EUA estão claramente aumentando esse ímpeto, um grande estímulo fiscal chinês, se visto, poderia facilmente exacerbar as preocupações do mercado”, pontua.
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Normalmente, durante estas reuniões, os políticos chineses divulgam a sua meta de crescimento do PIB, que é estabelecida no Relatório de Trabalho do Governo.
“Esperamos que o governo mantenha a meta de crescimento do PIB nacional em “cerca de 5%” para 2025. A meta de inflação do IPC nacional provavelmente será reduzida para “cerca de 2%” este ano. A meta de déficit fiscal provavelmente será aumentada para um recorde de 4% do PIB. Também esperamos que os formuladores de políticas reiterem seu viés de flexibilização monetária”, opina Belinda Allen, economista sênior do Commonwealth Bank of Australia, em um relatório obtido pelo Dinheirama.
Em 2024, a China atingiu a sua meta de crescimento de cerca de 5%, graças, em grande parte, a uma série de medidas macroeconómicas significativas introduzidas para compensar a pressão da recessão econômica.
