O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid disse em delação premiada fechada com a Polícia Federal que Bolsonaro se reuniu com militares de alta patente após sua derrota na eleição presidencial do ano passado para discutir a possibilidade de um golpe de Estado no país, disseram o portal UOL e o jornal O Globo nesta quinta-feira.
De acordo com as reportagens, Cid teria relatado que Bolsonaro levou a militares graduados a minuta de um decreto que convocaria novas eleições e incluiria a prisão de adversários do então presidente.
No início deste mês, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou o acordo de delação premiada firmado por Cid com a Polícia Federal e concedeu liberdade ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Cid estava detido em uma unidade militar em Brasília desde maio após ter sido preso pela PF no âmbito de investigação sobre suspeita de falsificação no cartão de vacinação de Bolsonaro e de pessoas próximas a ele antes de o então presidente e sua comitiva viajarem para os Estados Unidos nos últimos dias de seu mandato.
Procurada, a Polícia Federal disse por meio de sua assessoria de imprensa que “não se manifesta sobre investigações em andamento”.
A defesa de Bolsonaro não respondeu de imediato a pedidos de comentário sobre as reportagens do UOL e do Globo. Tampouco o advogado Cezar Bittencourt, que representa Cid, respondeu a pedidos de comentários feitos pela Reuters.