A Cielo (CIEL3) anunciou nesta quarta-feira plano para ampliar sua presença no varejo, o que vai envolver a contratação de até 1.000 funcionários adicionais para sua força comercial nos próximos meses, afirmaram executivos da companhia de meios de pagamento.
A contratação vai ocorrer em fases, com uma primeira envolvendo 400 profissionais, afirmou o vice-presidente financeiro, Filipe Oliveira, em entrevista a jornalistas. A Cielo divulgou na noite da véspera o oitavo trimestre de crescimento no lucro recorrente e o maior resultado trimestral desde os últimos três meses de 2018.
Atualmente a força de vendas da Cielo possui 2.500 funcionários, disse Oliveira, prevendo impacto dos investimentos em contratação nos próximos trimestres.
“Acreditamos que este trimestre (abril a junho) foi de inflexão, nos encorajando a buscar a transformação da empresa”, disse o presidente-executivo da Cielo, Estanislau Bassols. “Isso envolve retomada dos investimentos”, afirmou. “A força comercial que tínhamos era menor que nosso market share permite.”
A força comercial extra será alocada nos bancos controladores da Cielo — Bradesco e Banco do Brasil — o que deve ajudar na expansão dos negócios, disse Bassols.
O executivo comentou que a Cielo já vinha testando o aumento da equipe nos últimos meses na estratégia vinculada aos parceiros e que os resultados da estratégia mostraram que “os números até melhoraram o que nos levou a elevar esta força comercial”.
“Acreditamos que estamos indo para algo que não é facilmente copiável”, disse o Bassols sobre a concorrência.
As ações da Cielo desabavam 8%, liderando as quedas do Ibovespa, às 14h24, em meio à queda de 11,4% no volume de pagamentos processados (TPV, no jargão do setor) no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado.
“A combinação de rápidas perdas de volume no negócio de adquirência com maiores despesas é particularmente preocupante”, afirmaram analistas do Itaú BBA em relatório.
Questionado a respeito do recuo do TPV, Oliveira afirmou que a Cielo “tem liderança na rentabilidade do setor. Para continuar nessa trajetória, estamos entrando em um novo ciclo de investimento, mas isso pressiona um pouco o gasto”.