Os novos procedimentos para o cálculo do requerimento de capital para risco dos bancos, divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira, permitem que Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4) discutam proventos maiores aos acionistas, disseram analistas do Citi (CITIGROUP-C) (CTGP34), em relatório.
O BC afirmou que os novos procedimentos implicarão em aumento da exigência de capital agregada no Sistema Financeiro Nacional (SFN) de cerca de 34 bilhões de reais, ou 2,6% do Patrimônio de Referência do SFN.
A norma entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025, mas será implantada por fases até 2028, segundo a autarquia.
Analistas do Citi disseram que, embora os efeitos variem de banco para banco, seus cálculos iniciais apontam para um impacto de cerca de 30 a 40 pontos-base no índice CET1 requerido para o sistema, abaixo do efeito de 100 a 150 pontos-base indicado por alguns players. Além disso, eles consideram o período de implantação “longo”.
“O aumento dos requisitos de risco operacional foi identificado como uma das principais razões para o Banco do Brasil e o Itaú Unibanco terem visões mais cautelosas sobre pagamentos de dividendos mais elevados”, escreveram os analistas Rafael Frade, Brian Flores, José Luis Cuenca e Gabriel Gusan.
“Consideramos que a combinação do menor impacto no capital e um período de implementação mais longo são notícias positivas, permitindo que ambos os bancos (Banco do Brasil e Itaú) discutam pagamentos de dividendos mais elevados, o que pode ser um gatilho positivo para as ações”, acrescentaram.