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Cogumelos alucinógenos em Wall Street: a fraude de US$ 8 mi

Ações da Minerco, promovida como "a primeira empresa negociada em Bolsa com foco em cogumelos", eram manipuladas pelos controladores

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Cogumelos

A Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA acusou a Minerco Inc., uma empresa que se apresentava como a primeira do mercado com foco em pesquisa de cogumelos alucinógenos, e seus executivos Bobby Shumake Japhia e Julius Makiri Jenge, por um suposto esquema de manipulação de ações (“pump-and-dump”) que teria lesado investidores em cerca de US$ 8 milhões. De acordo com o documento da SEC, o esquema gerou milhões de dólares em ganhos ilegais.

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Em 2019, Shumake assumiu secretamente o controle das ações da Minerco, uma empresa inativa de “penny stock” (ações de baixo valor negociadas fora da bolsa) e organizou a transferência de controle para Jenge.

Em seguida, a Minerco foi promovida como “a primeira empresa negociada em Bolsa focada na pesquisa, produção e distribuição de cogumelos alucinógenos com psilocibina”, uma substância psicodélica presente nos “cogumelos mágicos”. Esta alegação fez parte de uma estratégia de promoção para inflar artificialmente o valor das ações da Minerco.

Entre 2020 e 2021, os réus continuaram a promover a Minerco, divulgando informações falsas e enganosas para inflacionar o valor das ações. Segundo a SEC, Shumake e Minerco emitiram comunicados à imprensa afirmando falsamente que uma terceira parte independente havia avaliado a empresa em US$ 1 bilhão e que a Minerco teria feito uma parceria com uma empresa jamaicana para cultivar uma cepa única de psilocibina e utilizar licenças de cannabis da Jamaica. Além disso, a Minerco teria declarado falsamente ser uma empresa ativa em Nevada, quando, na realidade, sua licença havia sido revogada.

Shumake também teria contratado uma empresa offshore para vender (“dump”) suas ações da Minerco, resultando em ganhos ilegais de pelo menos US$ 3,4 milhões, que foram transferidos para uma entidade sob seu controle.

Melissa Hodgman, diretora associada da Divisão de Fiscalização da SEC, destacou: “Conforme alegado aqui, esquemas de pump-and-dump frequentemente começam quando ações baratas de empresas inativas são promovidas como a ‘próxima grande oportunidade'”. Ela acrescentou que a ação da SEC serve como um lembrete de que o órgão continuará a combater ofertas de ações baseadas mais em hype do que em substância.

A SEC já havia obtido uma ordem judicial para obrigar Jenge a apresentar documentos e prestar depoimento no âmbito de uma investigação. A denúncia, protocolada no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito de Columbia, acusa Minerco, Shumake e Jenge de violar disposições antifraude da Lei de Valores Mobiliários de 1933 e da Lei de Intercâmbio de Valores de 1934, buscando sanções que incluem a restituição de ganhos, juros, multas civis e outras medidas restritivas.

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