A Colômbia e seus vizinhos defenderão coletivamente seis pontos-chave na conferência climática da ONU deste ano, incluindo ajuda à adaptação ao aquecimento global e a troca de dívidas pela mitigação climática, disse a ministra do Meio-Ambiente do país, Susana Muhamad, nesta sexta-feira.
A 28ª reunião sobre o clima da ONU, conhecida como COP28, será realizada entre 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai.
Países latino-americanos chegarão prontos para defender objetivos comuns, graças a reuniões regionais realizadas mais cedo neste ano, disse Muhamad à Reuters.
“A América Latina tradicionalmente negociou separadamente, mas vamos começar a nos ver representados em alguns pontos de acordo e negociar coletivamente”, disse.
Além de pressionar por ajuda à adaptação às mudanças climáticas, países latino-americanos cobrarão que a região seja coberta por sistemas de alerta para salvar vidas em desastres causados pelas mudanças climáticas, disse.
Um promessa de países ricos feita em 2009 de fornecer 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático para nações mais pobres é uma fração do necessário, acrescentou Muhamad, dizendo que não se fixaria em um número específico.
“Não vou fixar um valor, mas, em vez disso, que os mecanismos sejam disponibilizados para o tamanho do problema”, disse.
Paralelamente, a Colômbia buscará um acordo multilateral para reduzir paulatinamente o uso de combustíveis fósseis, afirmou Muhamad, sem dar um prazo, embora reconheça que esse esforço provavelmente não seja muito popular.
“A posição do norte é de que sempre haverá hidrocarbonos e que, se conseguirmos reduzir emissões, será suficiente (para resolver) as mudanças climáticas. A Colômbia diz que não será suficiente”, disse Muhamad.
A ministra alertou que o desmatamento da Colômbia pode aumentar este ano em meio ao fenômeno do El Niño, que causa clima seco, apesar do progresso em interromper a destruição em 2022.
Ano passado, a Colômbia cortou o desmatamento em 29,1%, para pouco mais de 1.235 quilômetros quadrados.
“Se os avisos e alertas não forem suficientes, podemos ver o desmatamento explodir e crescer novamente”, disse.