As ações da Azzas (AZZA3) receberam recomendação de compra com preço-alvo de R$ 72, de acordo com um relatório publicado pelo BTG Pactual nesta quinta-feira (29). A análise destaca o potencial de crescimento da empresa, mesmo diante dos desafios associados ao processo de transição na AR&Co e à integração com o Grupo Soma, que podem gerar ruídos de curto prazo, mas também oferecem oportunidades significativas de captura de sinergias.
A Azzas, que anunciou o início da transição na AR&Co, unidade de negócios de roupas masculinas Lifestyle, enfrenta um momento de mudança com a saída dos fundadores da Reserva de seus cargos executivos até dezembro de 2024.
No entanto, o BTG acredita que a transição será positiva no longo prazo, especialmente com a nomeação de Ruy Kameyama como novo CEO da AR&Co. Kameyama, que atualmente é membro do conselho da Azzas e ex-membro do conselho do Grupo Soma, traz uma visão estratégica que pode fortalecer ainda mais a operação da empresa.
Desde sua fundação em 2004, a Reserva, adquirida pela Arezzo&Co em 2020, demonstrou um crescimento impressionante. Entre 2019 e junho de 2024, a AR&Co viu sua receita crescer 297%, com as vendas anuais passando de R$ 400 milhões para R$ 1,6 bilhão. Esse crescimento substancial reforça a confiança do banco no potencial de valorização das ações da Azzas, apesar das especulações do mercado sobre a transição na liderança.
A análise do BTG também destaca que, embora a transição possa gerar incertezas no curto prazo, a integração das operações da Azzas com o Grupo Soma promete trazer benefícios significativos. “Nos próximos trimestres, a AR&Co também deverá acelerar a captura de sinergias do acordo entre Arezzo e Soma”, afirmam os analistas do banco. A internalização da produção da Reserva nas fábricas da Hering, por exemplo, é vista como uma medida que poderá melhorar a margem bruta da marca.
Culturas diferentes
O relatório reconhece que fusões e aquisições no setor de varejo são complexas, especialmente entre grandes players com culturas e sistemas distintos. No entanto, os analistas enxergam essa complexidade como uma oportunidade para a Azzas se destacar no mercado. “Integrar culturas, sistemas e marcas diferentes sempre significa que a captura de sinergias pode levar mais tempo”, observam os analistas.
A Azzas, que atualmente controla 34 marcas, tem um desafio significativo pela frente ao integrar as operações da Arezzo&Co com o Grupo Soma.
No entanto, o BTG acredita que, apesar dos riscos de execução, a empresa está bem posicionada para capturar valor por meio da distribuição, desenvolvimento de produtos, operações de franquias e produção. Essa perspectiva positiva sustenta a recomendação de compra para as ações da Azzas.
Além disso, a análise sugere que a estrutura mais verticalizada que a Azzas está buscando implementar, através da integração com o Grupo Soma, pode trazer melhorias operacionais importantes. Essa estratégia deve ajudar a empresa a otimizar suas operações e aumentar sua eficiência, o que poderá refletir positivamente em seus resultados financeiros nos próximos trimestres.