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Como anda a sua empresa, ou melhor, sua carteira de investimentos?

Expresso Renda Fixa: Toda empresa tem ao menos 3 tipos de funcionários; O Caxias, o Despreocupado e o Criativo

por Guilherme Cadonhotto
3 min leitura
Guilherme Cadonhotto, juro

Eu costumo brincar dentro da plataforma da Finclass que eu sou o portador da má notícia. Isso não porque eu sou um pessimista inveterado, mas sim por um motivo simples.

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Ao começar a investir as pessoas pensam que o investimento mais simples de se entender é a renda fixa, afinal, que tipo de surpresa você pode esperar de algo que no nome próprio nome diz “fixo”?

Mostrar que a maior parte dos investimentos na renda fixa na verdade oscilam muito costuma torcer narizes, isso porque para entender o motivo pelo qual eles oscilam a pessoa tem que entender o conceito de marcação a mercado.

E se quiser entender o patamar das oscilações ela precisa entender o conceito de duration, ou seja, não é algo que a grande maioria das pessoas está esperando quando o assunto é renda “fixa”.

Para tentar simplificar esses conceitos mais complexos eu criei uma analogia, que pode te ajudar também nessa compreensão. Imagine as classes de ativos da renda fixa como se fossem tipos de funcionários.

Vou explicar para ficar mais fácil.

Toda empresa tem ao menos 3 tipos de funcionários; O Caxias, o Despreocupado e o Criativo.

O Caxias é aquele tipo de funcionário extremamente previsível. Ele chega todos os dias às 07:50, bate o ponto de entrada exatamente às 08:00, sai para almoçar exatamente às 12:00. Às 13:00 em ponto ele está em sua mesa e bate o ponto de saída às 17:00.

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Ele repete esse mesmo ciclo todos os dias.

Normalmente é aquele funcionário mais antigo e de quem não esperamos grandes surpresas, tanto positivas quanto negativas. Ele cumpre a sua função e nada mais.

Esse tipo de funcionário, o Caxias, é como se fosse o investimento nos pós-fixados, ou seja, os indexados ao CDI ou a Selic.

Todos os dias eles trazem um pequeno retorno positivo, que nunca é nada de mais, mas sempre cumprem o combinado.

Temos o perfil do funcionário despreocupado, e você já deve ter conhecido alguém com esse perfil.

Esse tipo de funcionário precisa entregar uma apresentação completa na sexta-feira e na segunda-feira, primeiro dia de trabalho depois que lhe foi atribuído a tarefa, ele passa o dia tomando café e conversando com colegas, no máximo cria o primeiro slide da apresentação, apenas com o título.

Na terça-feira ele preenche o sumário, mas ainda não produziu de fato quase nada. Na quarta-feira ele pouco produz, afinal é o dia em que sai mais cedo para o jogo do seu time de coração.

Na quinta e sexta-feira, com o prazo apertado, ele fica literalmente focado e entrega a apresentação no prazo combinado.

O desempenho é errático, e ele pode começar apresentando uma performance brilhante no começo da semana e nos dias seguintes enrolar para finalizá-la, o que também é comum.

Esse tipo de característica é parecido com o desempenho dos títulos prefixados. Se você os adquirir e carregar até o vencimento seu retorno vai ser exatamente o combinado, porém no meio do caminho ele deve apresentar esse perfil “errático”, podendo trazer muito retorno em um curto espaço de tempo, ou decepcionando no curto prazo, porém compensando no futuro.

O fato é que o despreocupado, ou melhor, o prefixado trás o retorno combinado se carrega-lo até o vencimento.

Por fim temos o funcionário criativo.

Esse tipo de perfil é aquele que apresenta ideias completamente fora da caixa, ou seja, inovadoras. Essas ideias por serem inovadoras, podem mudar a empresa de patamar, tanto para o lado negativo quanto para o lado positivo.

Quando a ideia em questão da certo os impactos são extremamente positivos, a receita aumenta de maneira relevante, assim como os resultados. O inverso também é verdadeiro, quando a ideia não funciona muito bem, os resultados são bem negativos.

Faço uma analogia com os indexados à inflação, principalmente os de longo prazo.

Como temos títulos indexados à inflação de prazo muito longo no Brasil, eles costumam apresentar oscilações muito relevantes, podendo mudar o patamar de uma carteira de investimento, tanto pro lado positivo quanto pro lado negativo.

Ainda seguindo a analogia dos funcionários, eu costumo dizer que uma carteira de investimentos é como se fosse uma empresa, e cada um dos ativos tem uma característica básica que pode ou não se adequar no seu tipo de “empresa”, ou melhor, de carteira.

Claro que a pergunta que sempre me fazem é:

Gui, mas qual o melhor tipo de funcionário para uma carteira de investimentos?

E eu sempre respondo:

TODOS!

Eu nunca trabalhei em nenhum lugar em que todos os funcionários tinham a mesma característica, ou seja, o mesmo perfil. E isso traz uma pluralidade de ideias e debates ricos para encontrar o melhor caminho para uma organização.

O mesmo acontece com uma carteira de investimentos.

Não acho que o melhor caminho seja focar em “contratar” apenas funcionários Caxias para sua carteira, assim como não acho que a melhor solução seja incluir no seu quadro apenas os Despreocupados nem tão pouco somente os Criativos.

A diversificação em uma carteira de investimentos é importante. Você precisa entender que cada um deles tem um papel em uma carteira de investimentos. Por vezes os criativos e os despreocupados vão brilhar, mas não dá para negar que o funcionário Caxias tem seu papel, assim como em momentos difíceis para os Criativos e Despreocupados, os Caxias é que segurarão as pontas.

Entenda que sua carteira de investimentos precisa dos mais diversos tipos de ativos e que a diversificação irá lhe trazer benefícios que ficarão cada vez mais visíveis a médio e longo prazo.

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