Viver um relacionamento não é fácil. Pode ser ótimo, mas quando duas pessoas de origens, criações e modos de pensar diferentes se juntam, puxa, pode dar muito pano pra manga! E quando se trata de dinheiro, da forma como cada um enxerga a questão das finanças, acredite, seu parceiro ou parceira pode te impulsionar ou te jogar para baixo. Por isso é importante estar atento a algumas situações para que seja possível consertar enquanto é tempo algo que não está muito legal “financeiramente falando”.
Veja bem, querido leitor, o primeiro ponto a considerar é, que para um casal dar certo financeiramente, a questão não é exatamente quanto de dinheiro cada um tem em conta, ainda que este ponto ajude. O principal é a forma como cada um enxerga o dinheiro e faz uso dele. Ou seja, é o quanto de educação financeira cada um carrega dentro de si, as metas para o uso do dinheiro, o controle de comportamentos como compras compulsivas e endividamento ou, ao contrário, atitudes até um pouco sovinas, que põem a perder qualquer momento de alegria que envolva um gasto.
Quando eu era bem nova, tive um namorado que adorava ir comigo fazer compras. E também adorava comprar uma série de coisas que só ele gostava na época (como tomar um bom vinho). Só que ele queria fazer isso no cartão alimentação que eu recebia da empresa. Aconteceu uma, duas, três ou mais vezes. Eu nem me dava conta, até que um dia minha irmã, percebendo que isso ocorria com frequência, me perguntou: “E então, o fulano já acabou com todo seu cartão alimentação deste mês ou ainda não?”. Hoje acho tão absurdo que até rio quando lembro, mas veja, situações assim são na verdade muito sérias.
Outro dia uma pessoa me disse: “Se eu tenho dinheiro, escondo do meu marido. Isso porque se ele souber, vai querer que eu gaste tudo e fique sem nada só para poder ter o poder de mandar em mim de novo”. Assustador, não? E em outro caso, a pessoa precisava de um certo valor emergencial e quando perguntei: “Mas e seu marido, não pode ajudar?”. Ela me respondeu que ele até tinha dinheiro, mas não podia contar com ele não, era melhor “deixar pra lá”. Puxa, me pergunto que tipo de relação é esta em que, havendo necessidade, não é possível contar com o companheiro que tem condições financeiras de ajudar? Triste para dizer o mínimo!
É por isso que acredito ser muito importante entendermos se existe sintonia financeira em um relacionamento. Obviamente há questões relevantes que igualmente podem ajudar a definir o que será de um casal, mas no caso das finanças, se dá para observar e até tentar aparar as arestas, por que não tentar, não é verdade? No mínimo, caso a ideia seja compartilhar ao menos uns bons anos juntos, você corre menos riscos sabendo com quem exatamente está lidando. E vice-versa! Vamos a alguns pontos que separei?
Responda essas perguntas com sinceridade para ver se vocês estão em sintonia. Caso perceba que há algo errado, está na hora de ter uma boa conversa com seu par, combinado?
Como é a situação financeira de cada um de vocês? O dinheiro é suficiente para o mês ou vive faltando?
É importante entender a relação de cada um com as próprias contas para saber se vocês estão em sintonia ou se há uma diferença muito grande na forma de lidar com o assunto. O quanto cada um demonstra entender da própria situação financeira?
Vocês já deixaram de sair por falta de dinheiro? Conversaram a respeito disso?
A decisão de deixar de sair é por uma razão maior, como estarem guardando para um determinado objetivo comum ou individual? Ou é porque um dos dois nunca tem dinheiro sabe-se lá por quê? No caso de um ter bem mais que o outro, há um certo companheirismo nestas horas? Algo que pode ser feito é dividir quem paga o quê conforme as possibilidades. E certo dia o passeio ser um pouco mais caro, no outro ser algo mais econômico.
Como é a relação de cada um de vocês com as dívidas? Um está sempre endividado? Qual a razão mais frequente?
Esta questão é muito importante pois há pessoas que têm nas dívidas uma companheira frequente. E isso está muito menos relacionado a emergências financeiras, como um período de desemprego, e muito mais a hábitos errados de consumo e desorganização total das contas. Cuidado! Alguém totalmente descontrolado financeiramente pode bagunçar a vida do parceiro de uma hora para a outra.
E a relação com as compras? Um dos parceiros costuma jogar as frustrações nelas?
Observe se entre o casal há quem viva comprando coisas inúteis o tempo todo ou fazendo compras por impulso. A falta de controle pode até prejudicar planos comuns caso vocês estejam juntando dinheiro para algo legal e a pessoa nunca conseguir juntar porque gasta tudo antes.
Vocês têm planos futuros que envolvem guardar dinheiro? Como tem funcionando esta “poupança” com essa finalidade?
Ter planos futuros é muito importante para um casal que pensa em compartilhar a vida. Ainda que as contas sejam separadas, é importante ter metas conjuntas que dependam do esforço mútuo. Como funciona isso entre vocês? Ou cada um faz o que quer sem pensar no outro? Este tipo de coisa também não costuma funcionar, pois se cada um sempre faz só o que quer, não estamos falando exatamente de um casal, certo?
Um dos dois já precisou de uma ajuda financeira do outro? Como foi?
Penso que poder contar com o companheiro ou companheira em momentos de necessidade emergencial é algo fundamental em um relacionamento. Veja bem, não estou falando em usar o dinheiro do outro para pagar as compras inúteis que foram feitas sem pensar, mas em emergência mesmo, ok? Nesta hora dá para saber muito se você vai ter um companheiro que ajudará ou não.
Vocês costumam conversar sobre dinheiro ou acham que o assunto é de certa forma “tabu”?
Finalmente, vocês costumam conversar ou já conversaram alguma vez sobre o tema “dinheiro”? Pode até parecer chato falar sobre isso em um relacionamento, mas é muito necessário para evitar uma série de problemas depois. É fundamental saber o que o outro pensa, como age, se está em sintonia com você ou não, combinado? Coloque as cartas na mesa e não tenha medo de puxar assunto sobre o tema. No final, garanto que os dois sairão ganhando!