Reduzir parcela de financiamento pode ser uma medida importante em um momento de imprevisto ou desequilíbrio financeiro.
Existem estratégias que podem ser colocadas em prática a fim de diminuir o valor desembolsado mensalmente, sem precisar abrir mão do bem.
Neste artigo, confira seis dicas práticas para reduzir as parcelas dos financiamentos e colocar as contas em dia.
Quando reduzir a parcela de um financiamento?
É importante ter um controle das finanças, acompanhar de perto as entradas e saídas mensais, ter conhecimento sobre o comprometimento da renda e a capacidade financeira para assumir novos compromissos ou lidar com imprevistos.
Assim, sempre que perceber que as contas não estão fechando e que a possibilidade de ficar inadimplente está se aproximando, é sinal de que chegou o momento de buscar reduzir a parcela de financiamento.
Alguns dos sinais que indicam a proximidade de uma situação de endividamento são:
O dinheiro sempre acaba antes do fim do mês.
As dívidas com empréstimos e financiamentos já ultrapassam 30% do orçamento mensal.
Pagar a fatura completa do cartão de crédito está difícil.
Foi necessário deixar de pagar alguma conta para privilegiar outra.
Foi preciso utilizar o cheque especial ou a reserva de emergência.
Como reduzir parcela de financiamento: seis estratégias
Confira alguns caminhos para reduzir a parcela de financiamento e reequilibrar as contas:
Utilize o FGTS
No caso de financiamento imobiliário, é possível utilizar o saldo do FGTS para amortizar parcelas ou oferecer como parte do valor da entrada, se for o caso.
Caso queira utilizar o FGTS é preciso se atentar às regras, como:
– não ter parcelas do financiamento em atraso
-o FGTS deve estar em nome do beneficiário do empréstimo;
-o recurso só pode ser utilizado a cada dois anos; –
o financiamento precisa ser feito pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Faça um refinanciamento
O refinanciamento de dívidas é uma forma de substituir um débito antigo por um novo com condições de pagamento diferentes da anterior.
Ele ocorre na mesma instituição financeira e vale para qualquer tipo de empréstimo ou financiamento. Se for optar pelo refinanciamento, é fundamental comparar o custo efetivo total (CET) dos dois contratos e avaliar as vantagens.
Negocie a taxa de juros ou solicite portabilidade de crédito
Tentar negociar uma taxa de juros menor que a aplicada em seu contrato para conseguir reduzir parcela de financiamento de maneira adequada também é uma boa estratégia.
![(Imagem: Joédson Alves/Agência Brasil)](https://media.dinheirama.com/medias/uploads/2024/04/20240415-mercados-1024x576.jpg)
Se não for possível, solicite uma portabilidade de crédito. Essa opção ajuda quem quer trocar uma dívida cara por uma mais barata, ao transferir um financiamento já solicitado e aprovado de uma instituição para outra.
Faça uma amortização dos juros
A amortização de uma dívida tanto de empréstimo como de financiamento significa a diminuição do total devido por meio de um ou mais pagamentos.
A ideia é antecipar o pagamento das parcelas geralmente as parcelas finais e, assim, reduzir também os juros e o valor mensal.
Renda extra, 13º salário e bonificações podem ser usados para amortizar a dívida, diminuindo o tempo dela e garantindo bons descontos.
Amplie o prazo de pagamento
Aumentar o prazo de pagamento do financiamento em troca de diminuição no valor de cada parcela também pode ser viável em algumas instituições.
O ganho para o consumidor está em conseguir economizar no fluxo mensal. Mas é preciso ter em mente que, no fim das contas, o financiamento sairá mais caro (quanto mais parcelas, mais juros serão pagos).
Conheça outras linhas de crédito
Outra forma de reduzir parcela de financiamento é conhecendo outras linhas de crédito e as utilizando para quitar a dívida em andamento (na prática, trocar uma dívida cara por uma mais barata).
Por exemplo, o valor levantado por meio de um empréstimo consignado com juros de 1,5% ao mês pode ser usado para quitar um empréstimo pessoal com juros de 3% ao mês.
Além do consignado, outro tipo de crédito que costuma ter taxas de juros menores é o empréstimo com garantia (de imóvel ou de automóvel).
Quais as vantagens de reduzir parcela de financiamento?
As principais vantagens são:
organizar as contas; evitar a inadimplência; manter o nome limpo e o acesso ao crédito; manter-se mentalmente saudável (as dívidas geram estresse e tiram a qualidade de sono de muita gente); promover um melhor controle das finanças mensais da casa/família; conhecer o cenário real da pessoa/família e balizar o consumo de acordo com essa realidade.
Quais os principais cuidados ao reduzir parcela de financiamento?
Pagar menos mensalmente em parcela de financiamento é muito interessante para quem está com dívidas, beirando a inadimplência.
Mas é preciso tomar alguns cuidados antes de recorrer a estratégias do tipo:
Lembre-se que parcelas menores com prazos maiores geralmente aumentam o valor total da dívida por conta dos juros (verifique antes o novo custo efetivo total da operação).
Verifique se não existem outras possibilidades para reduzir a parcela do financiamento (fazer uma amortização, por exemplo, ou antes de finalizar a compra escolher um item de menor valor).
Cuide para continuar pagando as parcelas em dia, a fim de não se endividar mesmo após a renegociação.
Monitore os gastos de perto e controlá-los para evitar mergulhar novamente em dívidas, mesmo após a redução da parcela do financiamento.
Como negociar com instituições financeiras
Abrir diálogo com o(a) gerente da instituição financeira é um dos caminhos para inaugurar uma boa comunicação e aguardar as propostas de redução da parcela de financiamento.
Explicar o cenário com clareza e apresentar toda a documentação necessária é também fundamental.
Caso o banco não consiga oferecer boas ofertas para negociar o financiamento, é possível partir para instituições financeiras concorrentes e solicitar propostas para a portabilidade de crédito (do financiamento, no caso).
![Tesouro Nacional](https://media.dinheirama.com/medias/uploads/2024/04/20240403-dinheiro-real-1024x576.jpg)
Outra alternativa, caso não obtenha sucesso e perceba que o superendividamento já está estabelecido, é recorrer à Lei do Superendividamento (Lei n. 14.181 de 2021).
A pessoa superendividada é aquela que perdeu a capacidade de pagar suas dívidas com a renda mensal que tem sem comprometer sua subsistência.
A Lei do Superendividamento surgiu para tentar evitar que essa situação aconteça. Para isso, ela proíbe que as instituições financeiras:
assediem ou pressionem o consumidor para contratar empréstimo;
ocultem ou dificultem a compreensão sobre eventuais riscos da contratação de crédito ou da venda a prazo;
indiquem que a operação de empréstimo possa ser concluída sem consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem avaliação da situação financeira do consumidor;
impeçam ou dificultem a anulação ou o bloqueio do pagamento a pedido do consumidor quando houver uso fraudulento do cartão de crédito;
dificultem ou impeçam a restituição dos valores recebidos indevidamente.
Além disso, obriga as instituições financeiras a: informar o consumidor previamente e de forma adequada sobre o custo efetivo total (CET), a taxa mensal efetiva de juros e os encargos por atraso.
Também prevê a possibilidade de:
apresentação de um plano de pagamento para os credores, com direito a tentativa de conciliação perante os órgãos de defesa do consumidor, como o Procon e a Defensoria Pública;
instauração, a pedido do consumidor superendividado, de processo de repactuação das dívidas perante o juiz, com a presença de todos os credores, com a definição de um plano de pagamento dos débitos com prazo de até cinco anos para quitação.
A Fundação Procon auxilia os consumidores que querem utilizar a Lei do Superendividamento para reduzir as parcelas de financiamento e outras dívidas e equilibrar as finanças.
A instituição faz a ponte entre consumidor e bancos e auxilia ao longo de toda a negociação.