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Carros: o fim do ano e os bons momentos para compra

por Leandro Mattera
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Carros: o fim do ano e os bons momentos para compraVocê já parou para pensar sobre quais são as melhores épocas para comprar um carro? Qual seria o momento mais adequado? Vale a pena comprar no fim do ano ou é melhor esperar pelo próximo?

A resposta para essas perguntas é relativamente simples: a melhor hora para comprar um carro é aquela que você decidiu ao constatar que possui as condições necessárias para tanto. A decisão de compra deve ser sua e não de terceiros. Se houver alguma condição externa favorável, será um componente adicional positivo.

Esclarecendo um pouco mais, a aquisição deve ser orientada pelo seu planejamento consciente. Destacamos esse entendimento porque acreditamos que as compras baseadas preponderantemente em razões externas à sua vontade, como as motivadas por promoções e incentivos, costumam ser impulsivas e podem causar arrependimentos e prejuízos futuros.

Quais passos seguir, então, para definir o melhor momento?

Prosseguindo com nossa série de artigos voltados para a análise do custo-benefício dos carros, sugerimos um mini-roteiro, baseado nas repostas às seguintes perguntas, para que a compra ocorra de um modo planejado e consciente.

1. Por que comprar um novo carro?

Pense nos motivos que estão orientando a sua intenção de aquisição. Apresentamos um guia sobre o assunto no artigo “Você compra seu carro por necessidade, status ou pelo preço? Ou tudo isso?”.

2. Qual é o carro é adequado?

Para avaliar esse ponto, é interessante pensar no seu perfil e nas condições de uso, levando em conta as suas necessidades e prioridades. Nessa fase, devem ser analisados os fatores técnicos e de segurança do veículo. Na consultoria automotiva pessoal Carro e Dinheiro, buscamos avaliar criteriosamente quais são as melhores opções para cada pessoa.

3. Quanto posso gastar com o carro?

Esse é o momento de realizar o seu planejamento financeiro para checar quais são as possibilidades dentro do seu orçamento familiar. Na análise dos impactos financeiros, deve ser levada em conta toda a estrutura de preços dos carros no Brasil.

4. Quando comprar o carro?

Respondidas as questões anteriores, finalmente chegamos à análise do melhor momento para a compra. Note-se que essa questão somente faz sentido depois da verificação das suas prioridades, responsabilidades e possibilidades.

Antes de analisarmos se o fim do ano é um bom momento para a compra, vamos tratar dos fatores que podem ser relevantes para a avaliação da hora apropriada.

4.1. Fatores relacionados ao carro e ao mercado

Há uma série de aspectos referentes ao veículo que podem tornar o momento bom para a aquisição. Mas é preciso muito cuidado para não ficar com verdadeiros micos.

Inicialmente, destacamos a questão do ano de fabricação e ano do modelo. Para o comprador, é interessante comprar um carro zero quilômetro com o ano do modelo posterior ao ano vigente. Isso ocorre porque, no nosso mercado, existe o curioso critério de que o valor de tabela é baseado no ano do modelo, e não no ano de fabricação.

Porém, uma situação inversa, que pode ser vantajosa financeiramente, refere-se à compra de estoques antigos de carros zero quilômetro, desde que haja um generoso desconto.

Por exemplo, pode ser interessante comprar em 2013 um carro 2012/2012 com um considerável abatimento, que deve ser calculado caso a caso para analisar se é vantajoso ou não. Afinal, não adianta pagar um pouco mais barato agora e depois vender o veículo por um preço mais baixo ainda no futuro.

Outro ponto que merece comentários diz respeito aos lançamentos. Principalmente em função da tendência de ágio, é aconselhável evitar a compra dos primeiros lotes. De fato, não há nada que justifique o pagamento desse adicional. Além disso, as “primeiras fornadas” costumam apresentar alguns pequenos defeitos que normalmente são corrigidos ao longo do tempo.

Por outro lado, temos os carros que estão no fim do seu ciclo ou possuem projetos extremamente defasados. Em pouco tempo, alguns deles podem sair de linha ou serem substituídos por novas gerações, além de poderem receber reestilização (facelift).

Nesses casos, para valer a pena do ponto de vista financeiro, os descontos têm que ser extremamente significativos, considerando inclusive a provável maior dificuldade de revenda e o consequente impacto na desvalorização.

Existem ainda mudanças técnicas previstas para o futuro que podem tornar a compra do atual modelo desvantajosa. Por exemplo, carros que receberão motores flex ou câmbio automático em breve, podem não ser boas compras no momento, valendo a pena que o consumidor aguarde pelas novidades.

Por fim, existem os casos de reposicionamento no mercado, que podem impactar fortemente nos preços. Essas hipóteses podem decorrer de intervenções governamentais, que normalmente são difíceis de prever, como ocorreu com o aumento do IPI para os importados recentemente.

Em outros casos, a própria fabricante opta por alterar o preço visando a adequar o produto às faixas médias do mercado. Isso pode ser motivado, por exemplo, pelo aumento da concorrência ou lançamento de um novo modelo próprio, que não pode “canibalizar” a venda do carro já disponível no mercado.

4.2. Fatores negociais

Neste item, vamos abordar aspectos relativos às condições do negócio. Novamente, frisamos que essas situações devem ser tratadas como uma espécie de bônus por aqueles que decidiram pela compra conscientemente – e não apenas motivados por elas.

Inicialmente, destacamos os descontos e promoções. Antes de tudo, é importante pesquisar o porquê dessas “vantagens”. Algumas perguntas podem fornecer pistas importantes:

• “Será que o carro não está vendendo bem?”
• “Será que a fabricante quer aumentar a sua participação no mercado?”
• “Será que vai sair de linha?”
• “Será que foi lançado um concorrente extremamente superior?”

Enfim, a lista poderia ser bem maior, mas é preciso realmente checar os motivos daquela situação e avaliar se efetivamente vale a pena.

O mesmo raciocínio se aplica para os casos de incentivo ao financiamento, normalmente com juros baixos ou aumento no número de parcelas. Nesses casos, atente também para possíveis armadilhas, como o oferecimento do chamado “juro zero”.

Outro aspecto importante é o referente à utilização do seu atual carro como parte do pagamento. Essa necessidade também exerce influência para a decisão do melhor momento. Isso porque podem existir condições previstas de desvalorização do seu carro, como, por exemplo, no caso do lançamento de uma nova geração.

Nessa hipótese, valeria se desfazer do carro com mais brevidade para evitar esse efeito. Contudo, nos casos em que há grande discrepância dos valores oferecidos por redes de concessionárias diferentes, também cabe uma investigação criteriosa acerca dos motivos.

4.3. Fatores Pessoais

Pensando nas características pessoais que podem influenciar no momento da compra, lembramos que aspectos emocionais podem ser prejudiciais e devem ser tratados com cautela.

Nesse sentido, merecem destaque a ansiedade e a crescente valorização do imediatismo por parte dos consumidores. Essa ausência de paciência pode levar ao fechamento de negócios ruins e precipitados apenas em função de um falso senso de urgência.

Como exemplo, gostaríamos de citar o caso de uma senhora que queria adquirir um carro da cor dourada, mas acabou levando um prata apenas porque estava disponível a pronta entrega. O resultado é que, menos de um ano depois, voltou à concessionária para encomendar o carro dourado, entregando o seu prata no negócio. Dessa forma, a consumidora sofreu o impacto da alta desvalorização previsível num caso assim.

Acrescente-se como complicador a falta de planejamento, que inclui todos os fatores importantes para a decisão de compra. Quem prefere agir de forma impulsiva normalmente acaba se arrependendo depois, e isso custa caro.

Por exemplo, conhecemos o caso de um senhor que comprou um sedan e precisou trocá-lo após menos de um ano de uso em função do nascimento de seu filho, porque precisaria de mais espaço. O detalhe problemático é que a pessoa já apresentava a intenção de ter a criança e não levou em conta esse detalhe fundamental na hora da compra do veículo.

Dessa forma, torna-se importante agir com critério e planejamento, respeitando as suas prioridades e tomando atitudes com a tranquilidade necessária para uma escolha com inteligência.

Afinal, o fim de ano é um bom momento para a compra? Existem outras boas ocasiões?

Depois de levar em conta todos os aspectos acima destacados, é possível dizer que a compra no fim de ano pode ser vantajosa dependendo das condições oferecidas.

O principal fundamento se refere à questão do encerramento do exercício financeiro, que leva fabricantes e concessionárias a buscarem com mais agressividade o cumprimento das metas e o aumento de vendas. O posicionamento no ranking de participação no mercado também tem certa relevância, além da importância de serem reportados bons resultados às matrizes.

As lojas e concessionárias também necessitam reduzir ao máximo os estoques, inclusive para evitar a incidência do IPVA, que tem o seu fato gerador no dia 1º de janeiro de cada ano.

Além disso, considerando o mencionado no item “4.1” acerca da questão do ano de fabricação e do modelo, os lojistas precisam evitar a manutenção em estoque de carros com o ano anterior, o que pode levar ao oferecimento de condições especiais para os compradores no fim de ano.

Por conta dessa necessidade de intensificação das vendas, os consumidores podem contar com condições especiais referentes a preços, financiamento, inclusão de opcionais e brindes.

Além disso, especificamente em relação ao ano de 2012, vale lembrar que o “IPI reduzido” deve vigorar até o dia 31/12, o que é um fator positivo para quem pretende comprar um carro em breve.

Outra fase interessante do ano é aproximadamente na sua metade, quando algumas fabricantes já começam a vender os veículos com o ano do modelo do ano seguinte. Isso gera um processo relativamente semelhante ao acima descrito, mas em proporção bem menor.

Além disso, nos meses de janeiro e fevereiro, por conta das vendas fracas em razão da menor disponibilidade financeira dos consumidores, também podem ser encontradas promoções interessantes, principalmente para os carros que não foram “desovados” no ano anterior.

Por fim, ainda pode ser interessante comprar próximo ao fim de cada mês durante o ano, pelos mesmos motivos expostos, que se aplicam em menor escala.

Conclusão

“A vida é a soma das suas escolhas”Albert Camus

A decisão de comprar um carro envolve uma série de aspectos importantes, tanto em relação ao carro quanto no que se refere às finanças. As escolhas conscientes e baseadas num planejamento adequado podem ser a melhor alternativa para quem busca as melhores condições financeiras, que podem ser aproveitadas no momento mais adequado de acordo com a realidade e prioridades de cada pessoa.

O consumidor consciente costuma aproveitar as oportunidades e não deixa que as circunstâncias, criadas pelo mercado e seus agentes, orientem as decisões que têm grande impacto na sua vida pessoal e financeira.

Obrigado pela atenção a até a próxima!

PS: Pensando nas pessoas que dão valor ao seu dinheiro e querem escolher bem os seus carros, foi publicado o livro digital Como Escolher o seu Carro Ideal (clique para detalhes), de minha autoria, que apresenta um roteiro completo para a definição de qual carro comprar, de acordo com o perfil de cada consumidor. Convido você a conhecer mais detalhes do livro clicando aqui.

PPS: Para ajudar você a controlar melhor os gastos crescentes com seu carro no dia a dia, eu também elaborei uma planilha completa e de fácil preenchimento, que pode ser baixada (gratuitamente) no seguinte link: http://bit.ly/PlanilhaCarro

Foto de freedigitalphotos.net.

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