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Comunicado do G20 omite menção ao conflito no Oriente Médio

A mais recente escalada do conflito no Oriente Médio começou no fim de semana, quando os líderes do G20 começaram a se reunir em Marrakech

por Reuters
3 min leitura

As economias do Grupo dos Vinte (G20) não mencionaram o conflito entre Israel e o Hamas em um comunicado nesta sexta-feira, levantando novos questionamentos sobre o papel de um fórum dividido pela invasão da Ucrânia pela Rússia no ano passado.

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O texto, acordado pelos líderes financeiros do G20 reunidos para um encontro do FMI e do Banco Mundial em Marrakech, registrou a profunda angústia pela perda de vidas e destruição em desastres naturais na Líbia e no Marrocos e disse que eles se solidarizavam com a população local.

Mas não houve nenhuma referência à crise em Gaza, onde militares israelenses disseram na noite de quinta-feira que todos os moradores vivendo no norte da região — mais de 1 milhão de pessoas — devem se mudar para o sul, enquanto reuniam tanques para uma esperada invasão terrestre após um ataque devastador do grupo militante Hamas a Israel.

Uma fonte informada sobre as discussões do G20 disse que as divergências sobre os ataques do Hamas e a resposta de Israel impediram a inclusão de qualquer declaração sobre o conflito Israel-Gaza no comunicado, colocando Rússia, China, Índia e Arábia Saudita contra Estados Unidos e potências ocidentais.

A Ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman, disse em uma coletiva de imprensa em Marrakech que os eventos entre Israel e Gaza foram deixados de fora do comunicado do G20 porque não tiveram muita importância nas discussões das autoridades financeiras.

(Imagem: REUTERS/Mohammed Fayq Abu Mostafa)
(Imagem: REUTERS/Mohammed Fayq Abu Mostafa)

Uma fonte familiarizada com as deliberações do G20 disse que o conflito israelense-palestino há muito tempo tem sido uma questão divisória entre os membros do G20 e que não era surpreendente que eles decidissem ignorar qualquer menção.

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A mais recente escalada do conflito no Oriente Médio começou no fim de semana, quando os líderes do G20 começaram a se reunir em Marrakech.

A falta de menção à violência revelou as profundas divisões que assolam o G20, disse Eric LeCompte, diretor executivo da Jubilee USA Network, uma coalizão de mais de 750 grupos e organizações religiosas.

“O que está acontecendo em Israel e em Gaza é uma tragédia horrível e, se não pudermos defender a proteção das crianças de ambos os lados, isso mostra o quanto eles estão paralisados”, disse ele.

O G20 está profundamente dividido desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. Seus membros incluem os Estados Unidos, potências europeias, China, Rússia, Arábia Saudita, outras grandes economias da Ásia, América do Sul e, mais recentemente, a União Africana.

Em relação à guerra na Ucrânia, o texto do G20 se aproximou da linguagem acordada na reunião do mês passado dos líderes do grupo em Nova Dehli, pedindo aos países que se atenham às regras da ONU sobre integridade territorial, destacando o sofrimento humano do conflito e observando “diferentes pontos de vista e avaliações da situação”.

Separadamente, uma autoridade europeia disse que o costumeiro comunicado final para encerrar a semana de reuniões do FMI, que termina no sábado, não seria possível porque os países nórdicos europeus e bálticos consideraram que o texto proposto sobre a guerra da Ucrânia — uma cópia carbono da linguagem do G20 — era “muito diluído”.

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