A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou nesta terça-feira suas previsões para as safras de soja e milho do Brasil 2023/24 por ajustes de área cultivada, mas apontou alguns impactos negativos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul para a produção total de grãos e oleaginosas do país, com perdas no arroz e menor produtividade da soja.
No novo levantamento, a safra de soja 2023/24 foi estimada em 147,68 milhões de toneladas, ante 146,52 milhões de toneladas previstas no mês passado.
Já para o milho, a produção total foi projetada em 111,63 milhões de toneladas, contra 110,96 milhões da estimativa anterior.
No caso da soja, a área plantada do Brasil foi elevada em quase 500 mil hectares, para 45,7 milhões de hectares, enquanto no milho a expectativa de plantio subiu mais de 230 mil hectares, para 20,6 milhões de hectares.
A produtividade média nacional da soja e do milho praticamente não foi alterada, com quedas de 0,3% na oleaginosa e 0,5% no cereal.
Mesmo para o Rio Grande do Sul, a projeção de produtividade mudou comparativamente pouco com a catástrofe climática (-3,4%), para 3.168 kg por hectare, versus 3.280 kg/ha, no levantamento antes das chuvas.
Além disso, a Conab citou que a colheita estava avançada antes das enchentes.
“No Rio Grande do Sul, as lavouras vinham desde o início do plantio apresentando bom desenvolvimento… com 75% da área colhida até o início de maio… A chegada das fortes chuvas, que ainda estão ocorrendo em grande parte do Estado no período do levantamento, já possibilita estimar perdas no campo”, afirmou a Conab.
A safra de soja gaúcha foi estimada em 21,4 milhões de toneladas, versus 21,9 milhões de toneladas no levantamento anterior, com a previsão atual ficando abaixo da apontada por alguns analistas privados, que já veem redução de até 3 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul.
Ainda assim, segundo a estatal, em virtude de ajustes de área e produtividade, caso a catástrofe climática não tivesse ocorrido no Rio Grande do Sul, a produção de soja do Brasil teria sido estimada no levantamento de maio acima de 148,4 milhões de toneladas.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, afirmou que ainda não é possível ter precisão das perdas para o setor no Estado.
“Os níveis de água estão elevados e o acesso às propriedades é difícil, impossibilitando que se faça uma avaliação mais detalhada”, disse, em nota.
No caso do arroz, a Conab afirmou que os prejuízos no Estado ainda estão sendo mensurados, mas que pelo menos 8% da área gaúcha para a cultura registrará perdas devido às volumosas chuvas.