A confiança do setor de serviços do Brasil teve leve alta em julho, à medida que a melhora na percepção da situação atual no setor foi compensada pela piora na expectativa para os próximos meses, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira.
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 0,2 ponto em julho, a 94,2 pontos, após três meses consecutivos de quedas.
“O resultado de julho da sondagem ratifica o ano de perda de fôlego do setor com tendência de estabilidade na confiança. Apesar do resultado positivo em alojamento e alimentação, as expectativas esfriam nos demais setores, demonstrando cautela dos empresários quanto ao futuro dos negócios”, avaliou Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, em comunicado.
“Em compensação, a situação atual mostra que o setor apresenta resultados positivos no volume de demanda no período, mas apenas recuperando parte do que foi perdido no mês anterior”, acrescentou.
Segundo os dados da FGV, houve retomada do avanço na percepção sobre a situação presente no setor, medida pelo Índice de Situação Atual (ISA-S), que teve uma alta de 1,7 ponto no mês, a 96,1 pontos.
O aumento no ISA-S se deu devido a uma alta nos dois indicadores que compõem o índice. O número sobre o volume de demanda atual subiu 2,0 pontos, a 96,6 pontos, enquanto o dado de situação atual dos negócios avançou 1,5 ponto, para 95,6 pontos.
Compensando a melhora no ISA-S, no entanto, o Índice de Expectativas (IE-S) voltou a recuar em julho após recuperação no mês anterior, caindo 1,2 ponto, a 92,5 pontos.
Seus dois indicadores tiveram direções opostas. O número da demanda prevista para os próximos três meses caiu 2,8 pontos, para 92,8 pontos, enquanto o dado de tendência dos negócios nos próximos seis meses chegou a 92,3 pontos, em alta de 0,4 ponto.
“O cenário macroeconômico de bons níveis de renda e emprego contribui, em parte, com o momento mais seguro da demanda de serviços. Por outro lado, a interrupção no ciclo de queda da taxa de juros pode estar sendo refletida na cautela em relação aos próximos meses”, disse Pacini.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia sua reunião de dois dias nesta terça-feira, com o anúncio de sua decisão sobre a Selic na quarta-feira. Analistas esperam que a taxa básica de juros seja mantida em 10,50% ao ano pelo segundo encontro consecutivo.