A confiança do consumidor recuou 3,6 pontos em dezembro ante novembro, apontou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira, 20.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 92,0 pontos, na série com ajuste sazonal, menor patamar desde junho, quando estava em 91,1 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice diminuiu 0,6 ponto.
“A queda da confiança dos consumidores no mês foi influenciada, principalmente, pela piora das expectativas futuras e da percepção sobre a situação presente, em menor magnitude. O resultado também foi disseminado entre as faixas de renda, com destaque para o grupo de renda mais baixa. A recente elevação da taxa de juros, somada a focos de pressão inflacionária em itens como alimentos, podem estar contribuindo para aumentar o pessimismo entre os consumidores no último mês de 2024, levando a uma pioradas expectativas com a situação financeira nos próximos meses”, afirmou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em dezembro, o Índice de Expectativas (IE) recuou 4,9 pontos, para 98,5 pontos. Já o Índice de Situação Atual (ISA) encolheu 1,4 ponto, para 82,9 pontos.
Entre as expectativas, o item que mede as finanças futuras das famílias deu a maior contribuição para a queda da confiança no mês, ao diminuir 8,3 pontos, para 98,8 pontos.
O item que mede o ímpeto de compras de bens duráveis caiu 2,5 pontos, para 94,3 pontos, e o que avalia as perspectivas para a situação futura da economia recuou 3,3 pontos, para 102,8 pontos, quarta queda consecutiva.
Quanto ao momento atual, a percepção sobre as finanças pessoais das famílias caiu 2,0 pontos, para 74,2 pontos, e a percepção sobre a economia local diminuiu 0,8 ponto, para 92,0 pontos.
Houve piora na confiança em três das quatro faixas de renda familiar em dezembro.
O índice passou de 101,8 pontos em novembro para 91,4 pontos em dezembro entre as famílias com renda até R$ 2.100, queda de 10,4 pontos, enquanto as famílias com rendimentos entre R$ 2.100,01 até R$ 4.800 tiveram elevação de 0,1 ponto na confiança, de 91,8 pontos para 91,9 pontos.
O indicador passou de 93,9 pontos para 92,7 pontos entre as famílias com renda entre R$ 4.800,001 e R$ 9.600, redução de 1,2 ponto, e saiu de 96,8 pontos para 91,9 pontos, recuo de 4,9 pontos, no grupo com renda acima de R$ 9.600,01.
“A queda da confiança ocorre em três das quatro faixas de renda influenciada por uma deterioração nas expectativas para os próximos meses. Nas avaliações sobre o momento atual, apenas consumidores das duas faixas de menor poder aquisitivo apresentaram queda em dezembro, influenciados pela piora na situação financeira atual da família.”, explicou a FGV.
A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 1º e 17 de dezembro.
(Com Estadão Conteúdo)