A confiança das empresas alemãs melhorou pelo terceiro mês consecutivo em novembro, informou o instituto Ifo nesta sexta-feira, acrescentando que não houve impacto “por enquanto” de uma decisão judicial que abriu um buraco nas finanças do governo.
O instituto disse que seu índice de clima de negócios ficou em 87,3, um pouco abaixo dos 87,5 previstos por analistas em uma pesquisa da Reuters.
O tribunal constitucional da Alemanha decidiu na semana passada que a decisão do governo de realocar 60 bilhões de euros não utilizados da época da pandemia para seu fundo climático e de transformação é inconstitucional, abrindo um buraco no orçamento federal.
Na quinta-feira, o setor siderúrgico da Alemanha expressou preocupações compartilhadas por muitas empresas sobre o que acontecerá com os fundos prometidos para ajudar na transformação industrial.
Klaus Wohlrabe, chefe de pesquisas do Ifo, disse à Reuters que a decisão judicial não teve efeito visível sobre sua pesquisa com cerca de 9.000 executivos de empresas “por enquanto”, sendo que um quarto das respostas veio depois disso.
A incerteza aumentou um pouco, mas um quadro mais claro pode surgir apenas na pesquisa de dezembro, acrescentou Wohlrabe.
As empresas estavam um pouco mais satisfeitas em novembro do que no mês anterior com sua situação atual de negócios, com o subíndice subindo de 89,2 em outubro para 89,4.
O subíndice de expectativas também melhorou para 85,2 em relação aos 84,8 revisados para cima no mês anterior.
O clima na indústria, especialmente nos setores intensivos em energia, como a produção de papel, plásticos e borracha, foi notavelmente melhor, o que Wohlrabe atribuiu a um pacote de apoio ao preço da eletricidade para a indústria, recentemente acordado pelo governo.
Os dados sinalizam crescimento no quarto trimestre, embora a economia alemã ainda careça de impulso, acrescentou Wohlrabe.
Analistas são mais pessimistas, prevendo que a economia encolheu no trimestre atual, uma opinião compartilhada pelo banco central alemão.
Isso significaria que o país está em recessão – comumente definida como dois trimestres sucessivos de contração – depois que o escritório federal de estatísticas confirmou na sexta-feira que a economia encolheu 0,1% no terceiro trimestre.