Responsável pelo setor de homebuilders do Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) em 2023, André Oliveira conquistou o primeiro lugar da 26ª edição do Prêmio Broadcast Analistas. A carteira dele obteve 92,28% de rentabilidade no ano passado, ante uma alta de 22,28% do Ibovespa, com Direcional (DIRR3) como top pick e se beneficiando da alta de 150% da Tenda (TEND3) desde que elevou a recomendação do papel.
As mudanças de faixa de renda e valores de imóveis no programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV) foram o principal direcionador para o segmento imobiliário em 2023, segundo Oliveira.
“Achamos bom colocar uma incorporadora focada em baixa renda como top pick. E escolhemos Direcional no fim de 2022 porque a empresa estava em crescimento, com margens boas, endividamento controlado e ia conseguir surfar o bom momento do setor como um todo”, afirma o analista. Ele destaca que a Direcional segue como preferência do setor também neste ano de 2024.
Fora Direcional, no início de 2023 o BB-BI também recomendava compra de Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3) e JHSF (JHSF3). Mas grande parte da performance positiva do portfólio ocorreu após Oliveira elevar a recomendação da Tenda para compra no início de maio – com isso, a casa conseguiu ganhar com a alta de 150% do papel, que saiu de R$ 5,93 e chegou ao final de 2023 em R$ 14,83. Tenda foi uma das ações que mais subiu na B3 no ano passado, junto de C&A.
“Foi uma decisão acertada. De lá para cá a Tenda deixou o operacional ainda mais redondo, com o fim de projetos antigos menos rentáveis e ajuste de operação com novos projetos a um preço mais alto e de melhor qualidade, conseguindo vendê-los mais rápido”, avalia Oliveira.
Top Picks da carteira
Neste ano, o BB-BI elegeu Cyrela como top pick junto com a Direcional em sua carteira. “Cyrela é um call mais macro, que anda mais quando tem condição mais favorável, e os cortes da Selic em 2023 já impulsionaram o papel. Mas ela também é uma empresa com alavancagem super controlada e core business mais focado no segmento de média e alta renda, o que faz sentido para termos diversificação além do MCMV”, afirma o analista.
Já Direcional, assim como em 2023, foi escolhida por ter espaço para subir por ao menos duas vias. “A primeira é no caso de a taxa de juros cair ainda mais, fazendo com que a empresa consiga captar mais sinergia de um momento macro favorável. A segunda, caso a Selic não caia muito, o MCMV pode dar tração com taxas menores”, pondera.
André Oliveira é formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Produtos Financeiros e Gestão de Riscos. Passou por diversas áreas comerciais no Banco do Brasil antes de ingressar no time de Research do BB-BI, inicialmente realizando a cobertura das construtoras listadas em bolsa e, mais recentemente, assumindo a cobertura de Fundos Imobiliários.
(Estadão Conteúdo)