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Copa do Mundo feminina começa com favoritismo compartilhado

A Inglaterra é considerada uma força já estabelecida no atual cenário do futebol feminino.

por Agência Brasil
3 min leitura
Faltando poucos dias para a bola rolar na Austrália e na Nova Zelândia, uma pergunta ganha cada vez mais força (Pixabay)

Faltando poucos dias para a bola rolar na Austrália e na Nova Zelândia, uma pergunta ganha cada vez mais força: quais seleções, além do Brasil, podem ser consideradas reais candidatas a ficar com o título da Copa do Mundo? Se em 2019 os Estados Unidos eram francos favoritos e tinham a França, que sediava a competição, como principal adversária, no atual Mundial as norte-americanas ainda são apontadas como uma grande força, mas agora têm a companhia de outras equipes, como Inglaterra e Alemanha.

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EUA em busca do penta

Maior vencedora da competição (com quatro títulos, entre eles os dois últimos, em 2015 e 2019), a seleção norte-americana pode ser apontada como uma das grandes favoritas a levantar o troféu de campeã no dia 20 de agosto no Estádio Olímpico de Sydney. Porém, a equipe vive um momento de renovação, de mudança de geração.

Este processo fica claro na relação de convocadas para o Mundial. Das 23 jogadoras chamadas pelo técnico Vlatko Andonovski, apenas nove estiveram presentes na vitoriosa campanha na França.

Entre as mais experientes aparecem nomes como as da meio-campista Julie Ertz e das atacantes Alex Morgan e Megan Rapinoe (eleita a melhor jogadora do último Mundial).

Entre as novatas um nome chama atenção: Trinity Rodman. Filha do lendário jogador de basquete Dennis Rodman, que marcou época pelo comportamento excêntrico e pelos títulos conquistados no Chicago Bulls capitaneado por Michael Jordan, a jovem atacante de 21 anos merece ser acompanhada com atenção.

“A seleção norte-americana conquistou a Copa de 2019 e passou por uma mudança de comando. Saiu Jill Ellis e entrou Vlatko Andonovski. Com isso, algumas peças mudaram na seleção. Essa renovação ficou mais clara após os Jogos Olímpicos de Tóquio. Mais ou menos nos mesmos moldes da renovação realizada na seleção brasileira, ele começou a trazer jogadoras jovens que vinham se destacando na NWSL [liga profissional de futebol feminino dos EUA], mas ainda manteve uma espinha dorsal do time que foi campeão em 2015 e 2019, e que pode conquistar o inédito tricampeonato”, afirmou a comentarista Amanda Viana, do Planeta Futebol Feminino, em participação no Videocast Copa Delas, da EBC.

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Inglaterra busca título inédito

Se o processo de renovação pode criar certa dúvida em relação ao favoritismo dos EUA, a Inglaterra é considerada uma força já estabelecida no atual cenário do futebol feminino.

Apesar de ainda buscar seu primeiro título mundial, as inglesas chegam à Copa do Mundo com o moral alto após vencerem pela primeira vez uma edição da Eurocopa feminina (em 2022, em final contra a poderosa Alemanha).

“A Inglaterra é a grande favorita para vencer esta Copa. É uma seleção com um grande potencial, um trabalho de base muito bem feito, que já colhe os seus frutos. Um grande equilíbrio entre defesa, meio-campo e ataque, além de goleiras incríveis. Esta pode ser a coroação de um trabalho que vem durando um bom tempo. Um trabalho muito sério. Foi a grande vencedora da Euro e vem muito forte para brigar por este título. A Inglaterra tem as grandes expoentes deste Mundial e tem tudo para ficar com o título”, avaliou a comentarista Isabelle Suarez durante o Videocast Copa Delas.

E um dos destaques da equipe é a lateral-direita Lucy Bronze. Escolhida pela Fifa como melhor jogadora do mundo de 2020, a experiente jogadora do Barcelona (Espanha) será peça importante na equipe comandada pela técnica holandesa Sarina Wigman (que levou a seleção de seu país à final da Copa de 2019). Outra atleta que merece ser acompanhada com atenção é a talentosa meia Keira Walsh, contratada pelo Barcelona junto ao Manchester City (Inglaterra) pelo valor de 460 mil euros, na maior transação da história do futebol feminino.

Alemanha tenta voltar a ser protagonista

Se os Estados Unidos são uma realidade e a Inglaterra é uma potência emergente, a Alemanha é uma força que tenta retomar o protagonismo do passado.

Com dois títulos mundiais na história (em 2003 e em 2007) e maior vencedora da Euro feminina (com o total de oito canecos, o último em 2013), a seleção alemã não vive um bom momento nos últimos anos. Na última década, os resultados de maior destaque foram o quarto lugar na Copa de 2015 e o vice-campeonato no campeonato europeu de 2022.

Esse desejo de retornar aos momentos de glória é evidenciado em entrevista da técnica da equipe Martina Voss-Tecklenburg ao site da Fifa: “Queremos ser candidatas ao título, ser uma equipe que pode ser campeã mundial […] Essa é uma sensação boa. Acredito que, se todas ficarem em forma, podemos ser um time a ser batido”.

E uma das chaves para o sucesso das alemãs está no ataque, onde a experiente centroavante Alexandra Popp é certeza de muitos gols.

Aos 32 anos, a jogadora do Wolfsburg (Alemanha) tem como grande arma as finalizações de cabeça, como mostrou na última Euro, na qual terminou como uma das artilheiras com o total de seis tentos.

Surpresa em casa?

Uma das equipes com potencial para surpreender nesta Copa é a Austrália. Jogando em casa, a equipe da Oceania certamente terá uma dose extra de motivação para buscar o primeiro Mundial de sua história.

Porém, a principal razão para se esperar uma campanha história das Matildas tem nome e sobrenome: Sam Kerr.

A jogadora do Chelsea (Inglaterra) e maior artilheira da história da seleção feminina da Austrália é a atacante que toda equipe gostaria de ter: esbanja frieza, tem rapidez de raciocínio e conta com um grande poder de finalização que a permite marcar muitos gols, seja de cabeça ou com sua poderosa perna direita. “Sam Kerr é a grande expoente da Austrália. É uma das melhores atacantes do mundo. É, provavelmente, a maior jogadora da história da seleção feminina australiana”, disse Thiago Ferreira, colaborador do Planeta Futebol Feminino, em participação no Videocast Copa Delas.

Geração talentosa

Outra possível candidata a surpresa neste Mundial é a Espanha. O país vive um momento muito positivo na base, com a recém conquista da Copa do Mundo sub-20.

Além disso, o plantel espanhol tem aquela que é considerada a melhor jogadora em atividade no momento, Alexia Putellas. A meia-atacante do Barcelona (Espanha) conquistou as duas últimas edições do prêmio de melhor do mundo, tanto da Bola de Ouro da Revista France Football como do prêmio The Best da Fifa.

A jogadora não está em sua melhor forma, pois acaba de se recuperar de uma lesão de ligamento cruzado anterior no joelho esquerdo, mas certamente será peça importante na equipe comandada pelo técnico Jorge Vilda.

Outro desafio da Espanha na competição será lidar com conflitos entre o elenco e a federação, que tiveram início após a última edição da Euro feminina.

Uma situação complicada, que começou após a Eurocopa. A Espanha acabou frustrada, eliminada para a Inglaterra [nas quartas de final].

Na avaliação das jogadoras, um resultado frustrante, pois é uma geração talentosa, talvez a melhor que o país já teve. Na sequência, 15 jogadoras enviaram e-mails para a Federação Espanhola afirmando que não gostariam de ser convocadas para a próxima Data Fifa por questões de saúde mental.

Esses e-mails não deveriam ter sido vazados, mas foram. Sendo inclusive divulgados pela própria Federação, que afirmou que não admitiria que as jogadoras quisessem escolher o treinador e pressionar a Federação de qualquer maneira, avaliou Taís Viviane, do Planeta Futebol Feminino, no Videocast Copa Delas.

Em meio a tantas candidatas ao título uma coisa é certa, contando com tantas equipes talentosas, a Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia promete ser uma das mais disputadas e emocionantes da história.

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