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Coreia do Norte irá entrar na guerra da Ucrânia: e agora?

Movimento representa uma redução "embaraçosa" da influência da China, enquanto revela uma aproximação perigosa com a Rússia

por Gustavo Kahil
3 min leitura
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, visitam o Cosmódromo Vostochny, no extremo leste da região de Amur, Rússia

A Coreia do Sul alertou a comunidade internacional que “muito provavelmente” a Coreia do Norte enviará tropas para a Ucrânia para lutar ao lado da Rússia, conforme informou o Ministro da Defesa Kim Yong-hyun para a Câmara do País na terça-feira (8). Segundo a consultoria de risco político Eurasia, a movimentação é uma “séria escalada” no conflito.

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O aviso vem um dia depois que o Líder Supremo da Coreia do Norte Kim Jong Un chamou o Presidente russo Vladimir Putin de seu “camarada mais próximo” em uma mensagem de aniversário.

Os dois países se aproximaram constantemente desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, e assinaram um pacto de defesa mútua em junho, lembra a Eurasia. “Pyongyang tem ficado feliz em fornecer material de guerra — a inteligência ocidental estima que metade dos projéteis de artilharia que a Rússia usa na Ucrânia são norte-coreanos — mas o Exército Popular Coreano nunca foi enviado para o exterior”, destaca uma análise divulgada nesta quarta-feira (9) e obtida pelo Dinheirama.

O que a Rússia promete?

Em janeiro, Kim Jong Un pediu para mudar a constituição norte-coreana para renunciar à reunificação pacífica com o Sul e disse que o exército deveria se preparar para “ocupar, subjugar e reivindicar” o território de Seul.

Na sexta-feira, ele ainda ameaçou que usaria armas nucleares na Coreia do Sul se ela usasse a força para invadi-la. “Pode ser mais fácil fazer tais ameaças se Kim sentir que Moscou o apoia militarmente — talvez ajudando com projetos como novos submarinos nucleares, por exemplo”, ressalta a Eurasia.

E a China?

A avaliação aponta que a China, geralmente a grande potência patrona da Coreia do Norte, está descontente com essa amizade cada vez mais profunda entre Moscou e Pyongyang.

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O analista do Eurasia Group, Jeremy Chan, diz que a falta de influência está se tornando embaraçosa para Pequim.

“É conveniente para Pequim dizer ‘O que você quer que façamos na Ucrânia? Mesmo se desligarmos nosso apoio a Moscou, eles ainda vão lutar essa batalha’, mas se há algum país no mundo em que os chineses devem ser capazes de dar as cartas, é a Coreia do Norte. Mas Kim está mostrando que eles realmente não podem, e as tropas norte-coreanas na Ucrânia mostrarão que a campanha de pressão de Pequim está saindo pela culatra.” ele diz.

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