A Coreia do Sul disse nesta sexta-feira que protestou contra a China devido à suspeita de repatriação forçada de inúmeros norte-coreanos, que, segundo grupos de direitos humanos, enfrentam prisão e abuso nas mãos das autoridades norte-coreanas.
Qualquer repatriação forçada de norte-coreanos vai contra as normas internacionais e a Coreia do Sul considera isso lamentável, disse Koo Byoung-sam, porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, em uma coletiva de imprensa.
“Parece ser verdade que inúmeros norte-coreanos em três províncias do nordeste da China foi repatriado para a Coreia do Norte”, afirmou Koo.
A Coreia do Sul não conseguiu determinar o número de pessoas envolvidas e se havia desertores entre elas.
“O governo sul-coreano lamenta a situação e levantou essa questão com o lado chinês de maneira séria, enfatizando nossa posição”, disse ele.
O ex-diplomata norte-coreano Tae Yong-ho, que agora é membro do parlamento da Coreia do Sul, emitiu uma declaração pedindo ao Ministério das Relações Exteriores que convocasse o embaixador chinês na Coreia do Sul como forma de protesto.
Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse na quinta-feira que não havia “supostos desertores” na China, quando questionada sobre um relato de que Pequim havia deportado cerca de 600 desertores norte-coreanos nesta semana, apesar de um apelo da Coreia do Sul.
Nesta sexta-feira, a mesma porta-voz disse que a China “continuaria a lidar adequadamente” com a questão de acordo com os princípios humanitários, bem como com as leis nacionais e internacionais.
A China nunca reconheceu os norte-coreanos em fuga como desertores e, em vez disso, os chama de “imigrantes econômicos”.
O governo da Coreia do Sul e organizações internacionais de direitos humanos afirmam que os desertores que são deportados de volta para a Coreia do Norte enfrentam punições severas, incluindo a detenção em campos de trabalho onde estão sujeitos a tratamentos e condições perigosas.
A Human Rights Watch disse que as autoridades chinesas forçaram a devolução de mais de 500 norte-coreanos, a maioria mulheres, e pediu aos governos que denunciassem a expulsão por Pequim.