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CPI: Como o Federal Reserve irá ler o índice de fevereiro?

Inflação ao consumidor nos EUA avança 0,2% em fevereiro, abaixo do esperado, mas tarifas e serviços mantêm pressão; Fed pode reduzir juros gradualmente

por Gustavo Kahil
Varejo Compras Inflação

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos registrou alta de 0,2% em fevereiro, tanto no índice geral quanto no núcleo (excluindo alimentos e energia), abaixo das expectativas do mercado. A desaceleração foi impulsionada pela queda nos preços da gasolina e moderação em serviços como aluguéis, mas analistas do Wells Fargo alertam que a inflação permanece persistente, com riscos de alta por tarifas e pressões em bens duráveis.

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Segundo os economistas Sarah House, Michael Pugliese e Nicole Servi, o relatório obtido pelo Dinheirama trouxe “um alívio moderado após o choque de janeiro”, mas a inflação segue estagnada desde o início de 2024. “A dinâmica inflacionária mostra progresso, mas os riscos de tarifas e pressões nos serviços exigem cautela”, destacam. A taxa anual desacelerou para 2,8%, enquanto o núcleo atingiu 3,1%, o menor em três anos e meio.

A moderação nos preços de energia (-1% na gasolina) e alimentos compensou aumentos pontuais, como o salto de 10,4% nos ovos. Já os serviços registraram desaceleração, com transporte caindo 0,8% devido a quedas em passagens aéreas e seguros de veículos. “A tendência de queda em serviços continua, mas bens duráveis, como carros usados, ainda pressionam”, explicam os analistas.

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O Fed enfrenta um cenário complexo: o núcleo do deflator de gastos com consumo (PCE, preferido do banco central) deve subir 0,35% em fevereiro, mantendo-se próximo a 3%, acima da meta de 2%. “A inflação persistente e as tarifas ameaçam reacender pressões, mas o mercado de trabalho mostra fragilidades”, avalia o Wells Fargo, projetando cortes graduais de juros ainda em 2024.

Apesar do alívio no curto prazo, os economistas alertam que a inflação subjacente permanece elevada. O núcleo do CPI, excluindo alimentos e energia, registrou alta anualizada de 3,6% nos últimos três meses, “ainda desconfortável” para o Fed. “Os dados reforçam a cautela do FOMC, que deve equilibrar riscos de tarifas e desaceleração econômica”, dizem House e equipe.

O relatório também destacou a volatilidade em setores como saúde: após um salto em janeiro, os preços de medicamentos prescritos ficaram estáveis. Já os preços de veículos novos recuaram 0,1%, enquanto usados subiram 0,9%, abaixo da média de 1,1% dos últimos seis meses. “A moderação em bens é positiva, mas insuficiente para compensar pressões externas”, ressalta o Wells Fargo.

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Federal Reserve
Sede do Federal Reserve, em Washington (Imagem: REUTERS/Sarah Silbiger/File Photo)

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Com a inflação ainda distante da meta, o Fed deve adotar uma abordagem gradual. “Esperamos cortes de juros apenas no final do ano, conforme o mercado de trabalho arrefece”, afirmam os economistas. Enquanto isso, investidores monitoram o PPI desta quinta-feira para novas pistas sobre a trajetória de preços.

Em resumo, o Wells Fargo vê o CPI de fevereiro como um sinal de progresso, mas reforça que a trajetória da inflação permanece incerta. “O Fed precisa navegar entre ventos contrários: tarifas que pressionam custos e uma economia em desaceleração”, concluem os analistas, projetando um caminho estreito para a política monetária em 2024.

Junho segue como o mês provável (80,7%) para a retomada dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), com expectativa de redução de 0,25 ponto porcentual em 55,3%, enquanto as apostas para flexibilização de 0,50 ponto porcentual eram de 24,1% após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que subiu aquém do esperado.

Após o dado, no entanto, a expectativa de reduções nos juros em maio subiu ligeiramente, de 32,3% para 34,3%, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group.

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