O Credit Suisse fechou um acordo extrajudicial de última hora com Moçambique no escândalo dos “títulos de atum” de mais de 1,5 bilhão de dólares e que já durava uma década, disse neste domingo o novo dono do banco suíço, o UBS, encerrando a disputa danosa que havia herdado.
Pelo acordo, fechado um dia antes do começo de um julgamento civil de três meses em Londres, o UBS perdoará parte de um empréstimo que o Credit Suisse concedeu a Moçambique em 2013, o que representa menos de 100 milhões de dólares, disse uma fonte com conhecimento da situação, que se recusou a ser identificada porque os termos não são públicos.
Em Maputo, o gabinete do Procurador-Geral e o Ministério da Economia e Finanças de Moçambique disseram que convocaram uma entrevista coletiva conjunta para a manhã de segunda-feira.
O caso dos “títulos de atum” datam de acordos entre empresas estatais moçambicanas e a construtora naval Privinvest – financiados em parte por empréstimos e títulos do Credit Suisse e apoiados por garantias não reveladas do governo de Moçambique em 2013 e 2014 – aparentemente para desenvolver a indústria de pesca e para segurança marítima.
Mas centenas de milhões de dólares desapareceram e, quando a dívida do governo chegou ao conhecimento público em 2016, instituições como o Fundo Monetário Internacional temporariamente interromperam apoio, gerando um colapso da moeda, calotes e caos financeiro.