A demanda brasileira por crédito mudou nos últimos meses. Agora as pessoas têm optado por linhas que oferecem dinheiro vivo, dando preferência ao pagamento de dívidas do que financiamento de compra de um produto.
A modalidade de crédito preferida é o consignado, cuja prestação é descontada automaticamente do salário do trabalhador. Como a forma é praticamente livre de risco de calote para os bancos, sua aprovação tem sido mais fácil.
Em 12 meses até abril o volume de aprovações do crédito consignado cresceu 20,8%, segundo dados do Banco Central (BC).
Outra opção que tem crescido entre os brasileiros é o cartão de crédito à vista, que permitem um fôlego a mais para o orçamento das famílias até a data do pagamento da fatura. O crescimento das concessões para a modalidade cresceram 15,4% em 12 meses até abril.
Por outro lado, as linhas ligadas diretamente ao consumo registraram baixo crescimento ou até caíram no período analisado. As concessões de crédito para compra de veículos recuaram 5,9% em 12 meses até abril.
Alguns especialistas em crédito apontam que a nova demanda por crédito foi provocada pelo alto endividamento das famílias, combinada com a inadimplência prolongada. O avanço da inflação nos últimos meses também colaborou para corroer o poder de compra da população.
O consumo das famílias no 1º trimestre deste ano comparado ao último de 2012 teve um crescimento modesto de 0,1%. “Hoje, o ambiente é outro. As pessoas estão procurando crédito para fazer caixa, não para consumo”, explica Nicolas Tingas, economista-chefe da Acrefi.
O economista ainda aponta que o cenário atual mostra que “as famílias estão com o caixa estrangulado e precisam de crédito para completar o orçamento”. Para ele, as linhas ligadas ao consumo perderam dinamismo.
Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), faz outra análise importante. Segundo sua avaliação, em fevereiro deste ano a fatia do saldo dos empréstimos consignados ultrapassou pela primeira vez a de veículos no crédito pessoal com recursos livres, excluindo o crédito imobiliário.
No mês de abril, data da última divulgação, o consignado correspondia 28,6% do total emprestado ao consumidor e os veículos 27,2%. “O consumidor está com menos folga no orçamento”, afirma Bentes.
É preciso cuidado com endividamento
Pesquisa realizada pela CNC mostra que 65,8% das famílias com renda inferior a dez salários mínimos (R$ 6.780) estavam endividadas em maio. Foi o segundo mês seguido em que o endividamento aumentou. Em maio de 2012, esse índice era 56,9%.
Para auxiliar endividados a saírem dessa condição financeira ou ainda conversar com consumidores sobre compras conscientes, o Dinheirama prepara diversos artigos sobre os temas.
Através das tags “inadimplência”, “dívida”, “endividamento”, “consumo” e “crédito” você pode se atualizar sobre o assunto. A seguir separamos alguns artigos que também podem ser de seu interesse. Veja:
- Cinco dicas para aproveitar mais e melhor o cartão de crédito
- Como acabar com as dívidas em cinco passos
- Inflação e a irresponsabilidade do consumo excessivo via crédito
- Fuja do cheque especial: juros ultrapassam 200% ao ano
- 5 dicas para receber dos inadimplentes e elevar resultados
Fonte: R7. Foto de freedigitalphotos.net.