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Crise no Chipre: de paraíso fiscal a inferno financeiro

por Ricardo Pereira
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Chipre: de paraíso fiscal a inferno financeiro

Chipre: de paraíso fiscal a inferno financeiroO Chipre está localizado ao sul da Turquia, é considerado um polo de turismo e possui diversas ruínas e templos. De acordo com a mitologia grega, teria sido o local de nascimento de Afrodite, a deusa do amor.

Foi colônia britânica durante o século XIX, alcançando a independência em 1960. A partir daí, a ilha se tornou local de diversos conflitos entre as etnias grega e turca. Na metade da década de 70, um golpe de Estado com o objetivo de anexar o Chipre à Grécia fez com que a Turquia invadisse o país.

A história de conflitos do Chipre mostra um país marcado por momentos de grande tensão, e tensão é justamente o que não tem faltado nas últimas semanas no sistema econômico e financeiro do país. A economia local atravessa momentos de grande apreensão, espalhando medo por diversos países, inclusive o Brasil – a Bovespa fechou o pregão de 25/03/13 no menor patamar desde julho de 2012.

Em 2008, o Chipre aderiu ao Euro; nesse mesmo ano, estourou a crise financeira global. A partir de 2010, quando a Grécia apresentou graves problemas econômicos, o sistema financeiro cipriota deu mostra de que um colapso estaria a caminho.

No inicio de 2012, a Rússia concedeu empréstimo de 2,5 bilhões de Euros com juros de 4,5% e, no meio do ano, o país então solicitou oficialmente ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira o resgate econômico.

Após meses de negociação o Chipre irá receber 10 bilhões de Euros do BCE (Banco Central Europeu), da Comissão Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional). Em troca, haverá um remodelamento do sistema bancário, sendo que o Banco Popular do Chipre (segundo maior do país) será fechado. Haverá ainda congelamento dos depósitos para valores maiores do que 100 mil Euros. O dinheiro congelado será utilizado para pagar a dívida do banco e recapitalizar o maior banco do país, o Banco de Chipre.

O que mais chama a atenção na economia cipriota é o fato de que o setor bancário do país seja oito vezes maior que o PIB do país. Boa parte do sistema financeiro e do montante de depósitos é de origem russa, já que o Chipre é considerado um paraíso fiscal. O acordo fez com que países que também possuem grande quantidade de depósitos estrangeiros, como Luxemburgo, Estônia e Malta se preocupassem com uma possível crise de confiança.

O Chipre é mais um país europeu que foi pego pela crise e se junta a países maiores. Países estes que nos últimos tempos tomaram espaço valioso na mídia especializada – resta agora saber se as medidas adotadas terão efeito. Outro detalhe será justamente observar as consequências de medidas como o congelamento de depósitos, prática que já foi adotada em outros países com resultados muito negativos.

Você, o que acha que vai acontecer? Vamos acompanhar.

Foto de freedigitalphotos.net.

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