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Crise financeira, sim! Crise de atitudes, não!

por Conrado Navarro
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Crise financeira, sim! Crise de atitudes, não!Começo a perceber os efeitos da crise de perto, muito perto. As noites de sono, antes tranqüilas e repletas de bons sonhos e muita paz, agora são invadidas por receosos pensamentos sobre o futuro. Tudo porque um dos contratos para 2009 se foi. Assim, vapt e vupt, ele desapareceu de meus planos futuros, deixando o planejamento todo “torto”. A culpa, claro, é da crise, que movimenta empresas e pessoas em torno de difíceis decisões e de mudanças bastante complicadas. A clientela diminui, os desafios aumentam.

Eita, estou novamente falando da bendita crise sem me dar conta. Ela, a crise “boi de piranha”. Mas, confesso, hoje é um daqueles dias em que o assunto não poderia ser outro. Afinal, sofri seus efeitos no bolso e no fluxo de caixa de meu trabalho[bb]. Ok, isso não é bom, mas não estamos aqui para lamentar minha labuta ou minhas decisões econômicas. Logo, vamos ao que interessa: a crise já tem afetado seu dia-a-dia? Tem certeza?

Ontem, ao ler o jornal, hábito que me persegue há pelo menos 5 anos, fiquei intrigado. Como você sabe, o caderno “Dinheiro” do jornal Folha de São Paulo traz, em sua página B2, um panorama geral do mercado assinado por Guilherme Barros. Pois bem, como não poderia deixar de ser, o assunto da edição foi a crise. O que me chamou a atenção? Enquanto um executivo atestava a chegada da crise, outro planejava importantes mudanças para aproveitá-la. Algumas lições vieram à tona.

Uma crise, muitos pontos de vista
José Galló, presidente da varejista Renner, acredita que o consumo vai se retrair em 2009 e que uma melhora sensível só será vivenciada a partir do segundo semestre de 2010. A visão é bastante correta e pautada em importantes indicadores econômicos. Fica difícil duvidar da previsão, ainda mais vivendo dias tão complicados na economia.

Para ele, consumidores das classes A e B, que sofreram com o mercado financeiro[bb], já consomem bem menos. A população das classes D e E deverão sentir efeitos cruéis da crise com o desemprego, caso a economia continue caminhando para uma recessão – fenômeno que já ocorreu na Europa. Galló pretende parar de investir em expansão e pretende manter dinheiro em caixa e garantir liquidez. Ele acredita que, ainda assim, a Renner deverá crescer – já que espera-se que os pequenos varejistas sofram mais e percam mercado.

Marcos Amaro, presidente das Óticas Carol e um dos herdeiros da TAM, quer expandir sua rede em plena crise econômica. Como? Criando produtos e serviços para as classes A e B, além de manter atendidas as classes C, D e E. Além disso, ele prevê forte ritmo de expansão para o número de óticas no país – quer chegar a mil lojas ao final de 2013.

Mas o consumo das classes A e B não caiu bastante? Sim. E então? Amaro pretende focar seus esforços na comercialização de óculos de grau – que representam 70% de suas vendas e, segundo ele, são menos vulneráveis às variações de câmbio e apresentam demanda estável.

No fundo, ambos vislumbram crescimento e expansão, ainda que o momento não seja exatamente o melhor. Ambos buscam explicações e fundamentos que justifiquem suas mudanças de rumo e novas ações capazes de colocá-los diante dos objetivos que desejam. Amaro parece mais agressivo e confiante (ah, sim, é bem mais jovem). Galló é mais realista. Traços e perfis diferentes? Difícil dizer. Bacana é poder aprender duas coisas, especialmente valiosas para as mudanças que ano de 2009 reserva para mim:

  • Tentar crescer com a crise não é algo errado – aliás, é atitude mas que desejável e que deve ser valorizada e muito aplaudida;
  • Mexer com a zona de conforto (vivenciar uma crise que impacta nosso dia-a-dia) significa abrir portas e oportunidades para novos negócios, mudanças operacionais e de comportamento capazes de sustentar os objetivos impostos ao longo de uma jornada. Precisamos ser capazes, dentre outras coisas, de ir para o tudo ou nada.

A mesma crise?
Como eu, você deve ter alguns planos frustrados por conta da crise. Se ainda não os tem, prepare-se para este momento munido do espírito transcrito neste texto. Se algo der errado, pode ser que você aprenda, cresça e procure sair de sua zona de conforto. Torço para que assim seja. Enquanto luto para que 2008 termine da melhor forma possível, já me sinto incomodado com um 2009 ainda parcialmente planejado. Assim como a manchete de muitos jornais, posso dizer: a crise chegou!

Como você lida com o fato de ser responsável por aquilo que você é, tem e conquista? Confesso que preciso me mexer para garantir que a crise seja realmente transformada em uma grande oportunidade de crescimento, amadurecimento e mudança. Atitude e perseverança a fim de evitar que ela seja apenas uma desculpa para desafios e vitórias de menos, vai ser assim. E você, como tem encarado a crise? Cresceu? Mudou? Melhorou?

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Crédito da foto para stock.xchng.

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