Um dos maiores medos que ronda a economia mundial é a saúde dos bancos, se a situação piorar. Para tentar “diagnosticar” a situação, foi criado o chamado teste de estresse para essas instituições. Esse teste se resume em uma simulação de piora no cenário econômico com o objetivo de avaliar se as reservas dos bancos são suficientes para suportar uma recessão prolongada.
Alguns bancos na Europa não conseguiram passar pelo teste: alguns da Espanha, outros no Grécia e na Áustria. Outros foram aprovados por uma margem estreita ou, como diria no meu tempo de colégio, “aprovados pelo conselho de classe”. E você, que está lendo esse artigo, passaria em um teste de estresse financeiro?
Muito se fala da blindagem da economia brasileira, que as pessoas podem continuar comprando, entrando em financiamentos e que aqui está tudo bem. Mas vamos levantar algumas situações “hipotéticas” para que você possa avaliar a sua saúde financeira.
1) Quanto da sua renda hoje está destinada a pagamentos de parcelas e financiamentos? Um número saudável seria em torno de 30%. Por que só isso? Não podemos esquecer-nos dos reajustes anuais dos financiamentos e dos aumentos de preços de produtos e serviços em caso de inflação alta, como a que tivemos no início de 2011. Vivemos no país com as maiores taxas de planeta, jamais devemos nos esquecer disso.
2) Em caso de algum acidente ou perda de emprego, como ficariam as finanças da casa? Por quanto tempo a família poderia se manter sem uma entrada de dinheiro ou com receitas menores? Se esse número for menor que seis meses, você não passou no teste.
3) Quantas pessoas contribuem para a entrada de dinheiro na família? Se for apenas uma, como anda sua situação dentro do emprego? Se for um empresário, ele pode se dar ao luxo de tirar 20 dias de férias por ano? Ou ele não pode se dar ao luxo de nem pegar um resfriado?
4) Como estão os planos futuros de aposentadoria da família? Existe algum plano, alguma meta de ganho mensal, ou isso por enquanto não é prioridade?
5) Como estão os seus investimentos? Não só os investimentos relacionados a ganho de capital, mas também os investimentos na carreira. Se houver um abalo na empresa em que você trabalha hoje, conseguiria uma realocação com facilidade e rapidez? Como anda a sua empregabilidade?
6) Você já passou por algum momento de crise financeira? Se passou, acha que agora está melhor preparado para passar por uma nova crise semelhante (ou pior)? Ou acha que nunca mais vai passar por isso e que “agora é diferente”?
Se você sentiu algum “frio na barriga” ao responder a alguma dessas questões, parabéns! É sinal que você ao menos se conscientizou de que alguma coisa está errada com as suas finanças. Cabe agora rever alguns conceitos e práticas relacionadas ao seu dinheiro, agir e então refazer o teste daqui alguns meses – de seis em seis meses seria interessante.
Lembre-se que o resultado pode refletir na sua vida e na vida de sua família.
Foto de sxc.hu.