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Cuide do futuro agora: educação financeira infantil

por Bernadette Vilhena
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Cuide do futuro agora: educação financeira infantilTemos recebido muitos e-mails de pais interessados no projeto Dinheirama Kids. Para nós, é uma alegria perceber essa preocupação em relação a um tema tão importante a ser vivenciado dentro da família e nas escolas. Desde pequena, a criança precisa se interar e ser motivada em relação às questões financeiras de uma forma saudável e consistente.

O principal valor a ser introduzido é o conceito, muito bem colocado pela psicóloga econômica Vera Rita de Mello: “Comportamento financeiro é qualquer tipo de escolha que envolva recursos finitos”. Tal constatação vai além do que se relaciona ao ato de somente cuidar bem do dinheiro; ele envolve sustentabilidade e responsabilidade frente aos grandes desafios trazidos pela globalização. Para mais detalhes, leia a entrevista que fizemos com a Profa. Vera Rita aqui no blog.

Para ilustrar esse modelo de comportamento, repare no seguinte exemplo: não adianta você ensinar seu filho a economizar o dinheiro[bb] que ganha de mesada se, freqüentemente, ele costuma demorar demais no banho, desperdiçar comida ou não fechar a torneira enquanto escova os dentes! Ou pior, exigir uma ação ou comportamento dele que você, como pai ou mãe, não valoriza em si mesmo(a).

A importância da educação financeira desde cedo
O alto nível de consumismo observado entre jovens e crianças alerta sobre quais os fatores que estariam contribuindo para aumentar esse índice. Além de questões psicológicas tão bem estudadas pelos pesquisadores da área, a falta de conhecimento relativo ao universo financeiro também contribui para o endividamento e as famosas compras sem necessidade!

A família tem um papel primordial no desenvolvimento global das crianças. Cabe aos pais ou responsáveis a introdução de hábitos saudáveis de consumo e o desenvolvimento das habilidades financeiras de suas crianças. Tudo com muito carinho, paciência, bom humor e principalmente respeitando as fases do desenvolvimento infantil.

É preciso iniciar a alfabetização financeira de forma lúdica, por meio de brincadeiras e sabendo que atos valem mais que palavras. Explico: as crianças são excelentes observadoras, aprendem por imitação e lembram-se durante muito tempo das brincadeiras infantis. Elas reproduzem o meio social em que vivem, repetem gestos, comportamentos e até a fala dos adultos com os quais convivem.

Assim, antes de começar a falar sobre dinheiro com suas crianças, procure perceber como você lida com as questões financeiras no cotidiano familiar. O dinheiro é motivo de discussões constantes ou meio de união em torno de um objetivo comum? Você diz ao seu filho que não tem dinheiro para nada, mas no shopping “vai às compras” aproveitando as promoções? Como anda o seu exemplo quando o assunto são as finanças[bb] da família?

O poder das palavras
Outra questão interessante é o impacto das palavras no universo infantil. Normalmente, o que um adulto diz para uma criança quando ela pega uma moeda do chão? “Deixa isso ai menino, dinheiro é sujo!”. Gosto bastante de citar a frase que a mãe do Navarro usou quando ele era criança e passou por isso: “Guarda essa moeda meu filho, porque um dia você vai ter muitas outras!” Percebem a diferença de abordagem? Acho que não preciso dizer mais nada.

É preciso buscar um novo significado para as questões relacionadas ao dinheiro. As crianças possuem imensa capacidade de aprendizagem e concebem a vida com leveza e disposição para ir além. Nelas, as resistências são menores e a motivação é sempre alta. Então cabe aos adultos fornecerem ferramentas adequadas para que elas desenvolvam a inteligência econômica.

Muitos pais se frustram ao perceberem que seus filhos não lidam bem com questões financeiras, principalmente quando eles entram na faculdade e precisam administrar bem os recursos disponíveis. Pois é, o segredo para mudar este quadro passa pelo conhecimento oferecido desde pequeno, através de muito diálogo e bons exemplos.

De acordo com as fases do desenvolvimento infantil, as habilidades financeiras podem ser trabalhadas. Abaixo algumas informações baseadas nos estudos da escritora americana Susanna Stuart – autora do livro “Ensine Seu Filho a Cuidar do Dinheiro” (Gente) – que poderão ajudar na condução de algumas atividades para crianças de 3 a 8 anos:

  • 3/4 anos: pouco interesse pelas questões relacionadas ao dinheiro. Gostam de moedas e suas cores. As brincadeiras podem girar em torno de classificação por tamanho e cor;
  • 5 anos: distinguem moedas e começa a associar dinheiro e compra. Vive o aqui e agora. Lições simples como brincar de lojinha ou ter um cofrinho são bem vindas;
  • 6 anos: distingue moedas e reconhece valor maior e menor. O dinheiro ainda é algo imediato, ele compra coisas. Não tem muita noção de poupar e esse hábito pode ser introduzido juntamente com a primeira mesada;
  • 7 anos: quer ganhar o próprio dinheiro, faz pequenas compras. Momento para ter uma caderneta de poupança. Incentivos em procurar itens no supermercado são bem vindos nessa fase;
  • 8 anos: algumas demonstram grande interesse pelo dinheiro, querem saber preço de tudo e conseguem guardar a mesada para compra algum item de maior valor. Idade ideal para discutir sobre os desejos a serem realizados a partir do hábito de poupar.

Nós, do Dinheirama, estamos trabalhando sério nessa questão. Nossa equipe de pedagogas está desenvolvendo um material didático exclusivo para atender aos pais e às escolas. A educação financeira é fundamental para que o cidadão aprenda a importância das finanças no seu cotidiano e possa usar racionalmente seus recursos para obter qualidade de vida. As crianças[bb] também são consumidoras e, como tal, precisam, desde cedo, ser preparadas para lidar bem com o dinheiro.

Acreditamos que através da educação financeira é possível formar cidadãos conscientes e mais organizados para participarem do desenvolvimento econômico e social do nosso país. Você também acredita no poder da educação financeira infantil? Por que?

Crédito da foto para stock.xchng.

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